Justiça

O afago de Barroso em Alcolumbre após ‘recados’ em eleição no Senado

O novo presidente do Congresso falou em ‘posicionamento corajoso perante o governo, o Judiciário, a mídia ou o mercado’

O afago de Barroso em Alcolumbre após ‘recados’ em eleição no Senado
O afago de Barroso em Alcolumbre após ‘recados’ em eleição no Senado
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso. Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados
Apoie Siga-nos no

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, afirmou nesta segunda-feira 3 não ter interpretado como um “recado” à Corte o discurso de Davi Alcolumbre (União-AP) após ser eleito presidente do Senado, no último sábado 1º.

Depois de conquistar 73 dos 81 votos possíveis na disputa, o senador defendeu o fortalecimento do Congresso Nacional e das emendas parlamentares. Ele disse que o Parlamento, sob seu comando, será “porta-voz do sentimento dos brasileiros”, mas ponderou que isso exigirá “posicionamento corajoso perante o governo, o Judiciário, a mídia ou o mercado”.

Barroso se pronunciou indiretamente sobre o tema ao participar da sessão solene de abertura dos trabalhos do Congresso em 2025.

“Alguém me perguntou se eu havia recebido um recado. A primeira coisa que me ocorreu é que entre nós não há necessidade de recados”, disse o ministro. “Temos uma conversa direta, aberta e franca, de pessoas que se querem bem e se ajudam. Quando eventualmente divergirmos, vamos ser capazes de sentar em uma mesa e institucionalmente absorver a divergência.”

Antes da votação de sábado, ao pedir os votos dos colegas, Alcolumbre afirmou ser essencial respeitar as decisões judiciais e o papel do Judiciário no regime democrático. “Mas é igualmente indispensável respeitar as prerrogativas do Legislativo e garantir que este Parlamento possa exercer seu dever constitucional de legislar e representar o povo brasileiro.”

Barroso também disse nesta segunda que “pensamento único só existe nas ditaduras” e que a democracia prevê “divergência com civilidade e capacidade de colocar argumentos na mesa”.

“Temos, acima de tudo, bons sentimentos uns em relação aos outros e torcemos pelo sucesso uns do outros. Mais que a presença formal do presidente do STF está o compromisso do Judiciário de ser parceiro em tudo aquilo que, à luz da Constituição, seja bom para o Brasil”, declarou também o presidente do Supremo, dirigindo-se a Alcolumbre e ao novo comandante da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo