Justiça

Toffoli se antecipa, dá o 6º voto e STF forma maioria para condenar Zambelli

A deputada bolsonarista pode pegar 5 anos e 3 meses de prisão por perseguição armada em São Paulo; tramitação foi interrompida por um pedido de vista de Kassio Nunes Marques

Toffoli se antecipa, dá o 6º voto e STF forma maioria para condenar Zambelli
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Foto: Reprodução
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O ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli decidiu antecipar seu voto no caso Carla Zambelli após o julgamento ser interrompido por um pedido de vista do ministro Kassio Nunes Marques na segunda-feira 24.

Toffoli optou, nesta terça-feira 25, por seguir o relator do caso, o ministro Gilmar Mendes, e condenar a deputada bolsonarista a 5 anos e 3 meses de prisão por perseguição armada em SP. O voto é o 6º em favor da condenação, o que significa que o STF formou maioria no caso.

O voto de Toffoli foi o segundo antecipado após a suspensão do julgamento. O primeiro a protocolar a posição após o caso ser interrompido foi Cristiano Zanin. O ministro deu o 5º voto em favor da condenação da bolsonarista. Antes, os ministros Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes e Flávio Dino já tinham seguido o relator.

O processo está em análise no plenário virtual do STF e tinha previsão inicial de ser encerrado no dia 28. Nunes Marques, porém, pediu vista na segunda-feira e interrompeu o andamento do caso.

O pedido de vista concede mais prazo para que o tema seja avaliado. Conforme o regimento da Corte, Nunes Marques precisa devolver o caso em até 90 dias corridos.

Após a devolução, caberá ao presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, definir a data para retomar o julgamento. Caso Nunes Marques não cumpra o prazo regimental, o STF pode, por ordem do presidente, dar continuidade ao processo.

A antecipação dos votos, convém registrar, também está prevista no regimento do STF.

Relembre o caso

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) está sob julgamento no STF por perseguição armada em São Paulo. O episódio ocorreu na véspera do segundo turno de 2022, quando ela sacou uma arma e perseguiu um opositor pelas ruas de um bairro nobre da capital paulista. Na ocasião, ela também teria forçado que o homem permanecesse em um bar sob a mira do revólver.

Zambelli alegou ter agido em legítima defesa e perseguido o homem após ouvir tiros. Ela sustenta que ele estaria armado.

Para o relator do caso, porém, a versão da deputada não se sustentou após investigações. Ele considerou a parlamentar culpada por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. A pena para os crimes, somadas, são de 5 anos e 3 meses de prisão. Zambelli também deve perder o mandato, conforme o voto do ministro.

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