O Brasil ainda não atravessou o Rubicão. Os efeitos do desarranjo institucional continuam a ser sentidos, e a relação entre os poderes é o reduto mais crítico dessa persistência.
Sob Bolsonaro, o presidencialismo de coalizão fez água e se já era difícil ignorar o papel político do Supremo naquela dinâmica, ao menos desde a Lava Jato tudo se tornou mais ambivalente na relação da Corte com os poderes representativos. Primeiro, pela incompetência de Bolsonaro e, depois, pelo mais básico instinto de preservação, a relação-padrão entre o Executivo e o Legislativo alterou-se profundamente em direção a uma quase-supremacia do Congresso, considerando o conjunto de poderes que retêm os parlamentares na conformação da governabilidade. A base ganhou uma excessiva autonomia em relação ao governo e o custo da construção de maiorias aumentou no governo Lula.
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