Justiça

Mutirão do CNJ liberta em um mês mais de 21 mil pessoas presas irregularmente

Prisões cautelares com duração superior a um ano compõem 49% dos casos revisados

Mutirão do CNJ liberta em um mês mais de 21 mil pessoas presas irregularmente
Mutirão do CNJ liberta em um mês mais de 21 mil pessoas presas irregularmente
Foto: Luiz Silveira/Ag. CNJ
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O Conselho Nacional de Justiça anunciou nesta terça-feira 26 que um mutirão penal realizado em parceria com tribunais estaduais devolveu à liberdade, entre julho e agosto, mais de 21 mil pessoas presas irregularmente no Brasil.

Após a análise dos autos, o CNJ concluiu que cabia revisão processual em 70.452 casos e modificou a situação de aprisionamento de 27.010 pessoas. Ao todo, 21.866 ganharam liberdade após serem alvo de prisão indevida.

O mutirão revisou processos relacionados a:

  • prisões preventivas com duração superior a um ano;
  • gestantes, mães e mulheres responsáveis por crianças e pessoas com deficiência presas cautelarmente;
  • pessoas em cumprimento de pena em regime prisional mais gravosos que o fixado na condenação; e;
  • pessoas cumprindo pena em regime diverso do aberto, condenadas pela prática de tráfico privilegiado.

Prisões cautelares com duração superior a um ano compuseram 49% dos casos revisados. Segundo um Relatório de Informações Penais sobre o primeiro semestre de 2023, em 30 de junho havia 180.205 pessoas presas provisoriamente no Brasil, o que corresponde a cerca de 28% da população prisional.

O CNJ reavaliou 7.088 casos de cidadãos que cumpriam pena em regime diverso do aberto condenados pela prática de tráfico privilegiado, quando a pessoa é primária, tem bons antecedentes, não se dedica às atividades criminosas nem integra organização criminosa. Esse foi o crime que, proporcionalmente, mais envolveu mulheres (12%). Do total, houve a manutenção da prisão em regime fechado em 29% dos casos, equivalente, em números absolutos, a 2.028 indivíduos.

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