Justiça

MPF recomenda fechamento de memorial em homenagem a Ernesto Geisel em universidade do RS

O ‘Memorial Presidente Ernesto Geisel’ foi inaugurado na Universidade de Caxias do Sul na última quinta-feira 20

MPF recomenda fechamento de memorial em homenagem a Ernesto Geisel em universidade do RS
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'Memorial Ernesto Geisel', inaugurado em novembro na Universidade de Caxias do Sul. Foto: Hélio Alexandre/Haos BG/ Divulgação
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O Ministério Público Federal emitiu recomendação à reitoria da Universidade de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, para que encerre e desative o “Memorial Presidente Ernesto Geisel”, inaugurado na última quinta-feira 20. A instituição tem um prazo de 5 dias para informar ao MPF as medidas que serão tomadas.

De acordo com os procuradores da República Enrico Rodrigues de Freitas e Fabiano de Moraes, que assinam a recomendação, a universidade também deve abster-se de “de realizar qualquer evento de reinauguração do referido memorial”.

Além disso, a instituição não deve “instituir ou manter quaisquer outros memoriais, homenagens ou denominações que enalteçam agentes responsáveis por graves violações de direitos humanos no plano da responsabilidade político institucional, conforme reconhecidos pelo Relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV)”.

O documento do MPF lembra que, durante o governo do general Ernesto Geisel (15 de março de 1974 e 15 de março de 1979), o aparelho repressivo estatal continuou a perseguir e matar os remanescentes da oposição, registrando-se 54 desaparecimentos políticos somente no ano de 1974 – o maior número de todo o regime.

Além dos assassinatos de Manuel Herzog (1975) e Manuel Fiel Filho (1976), vitimados por torturas enquanto detidos nas dependências do II Exército, em São Paulo, os procuradores também relembram que durante o governo Geisel, em 1978, aconteceu o “Sequestro dos Uruguaios”, denunciado pela imprensa na época.

O caso envolve o estudante de medicina Universindo Rodríguez Díaz e a professora Lilián Celiberti. O casal, que morava em Porto Alegre para escapar da ditadura militar no Uruguai, foi sequestrado e levado clandestinamente de volta para o País vizinho junto com os dois filhos menores de Lilián, de 8 e 3 anos, por policiais gaúchos e agentes da repressão uruguaios.

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