Justiça
MPF pede bloqueio de R$ 1 bilhão da Braskem
Segundo o órgão, a empresa não apresentou proposta de acordo para inclusão de novos imóveis em programa de compensação financeira


O Ministério Público Federal pediu o bloqueio de 1 bilhão de reais da Braskem, pela empresa não ter apresentado proposta de acordo para inclusão de novos imóveis no programa de compensação financeira.
Com o acelerado afundamento do solo, a Defesa Civil de Maceió atualizou o mapa de risco no mês passado e a Justiça Federal determinou a inclusão do bairro Bom Parto no programa de realocação da Braskem.
Mas, em audiência de conciliação, na última terça-feira 12, a empresa não apresentou proposta, nem um cronograma para implementar as medidas determinadas pela Justiça.
Se a Braskem continuar descumprindo a ordem, o MPF pede para que seja somada uma multa, ao presidente da empresa, no valor de 50 mil reais por dia.
De acordo com o Ministério Público, a empresa disse que vai recorrer da decisão. Nossa reportagem voltou a entrar em contato com a Braskem, mas não obteve retorno.
Em nota recente, a Braskem informou que já desembolsou mais de 9 bilhões de reais com ações adotadas em Alagoas, incluindo indenizações e medidas socioambientais e econômicas. E que cerca de 40 mil pessoas de mais de 14 mil imóveis foram realocadas em quatro anos, pelo Programa de Compensação Financeira.
Ainda sobre as vítimas, nesta quarta-feira 13, a prefeitura de Maceió se encontrou com a Advocacia-Geral da União para debater aspectos técnicos e jurídicos das reparações. Nesta quinta, a AGU tem reunião marcada com o governo de Alagoas.
Um novo equipamento para monitorar a movimentação do solo próximo da mina nº 18 já foi instalado e iniciou o envio dos dados para a Defesa Civil de Maceió. O aparelho anterior ficou comprometido com o rompimento da mina, no último domingo 10.
O novo equipamento transmite os dados em tempo real e com precisão de milímetros. Porém, ainda são necessários aproximadamente dez dias de análise para calibrar aparelho. Já os outros equipamentos, que fazem a medição nas demais minas no subsolo de Maceió, seguem funcionando.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Senado instala CPI para investigar atuação da Braskem em Maceió
Por André Lucena
Caso Braskem: A tensa reunião entre Lula, Renan e Lira sobre o drama em Alagoas
Por Wendal Carmo
Área atingida pelo colapso da mina da Braskem será desapropriada, anuncia governador de Alagoas
Por CartaCapital
PGR defende que Renan seja processado por ofensas contra o prefeito de Maceió
Por Wendal Carmo
Famílias sem chão
Por Mariana Serafini