Justiça

MPF denuncia mandante dos assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips

A dupla foi morta a tiros em 2022 durante incursão na região do Vale do Javari, no Amazonas

MPF denuncia mandante dos assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips
MPF denuncia mandante dos assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips
O Indigenista Bruno Araújo e o jornalista Dom Phillips. Foto: Daniel Marenco | Reprodução
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O Ministério Público Federal denunciou, nesta quinta-feira 5, o mandante da morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips. A formalização da denúncia contra Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como Colômbia, acontece três anos depois do crime.

Bruno e Dom foram mortos a tiros em junho de 2022 na região do Vale do Javari, que fica entre os municípios de Guajará e Atalaia do Norte, no Amazonas.

A denúncia foi apresentada ao juízo da Subseção Judiciária Federal de Tabatinga (AM), onde o processo tramita, pelo procurador da República Guilherme Diego Rodrigues Leal, com auxílio do Grupo de Apoio ao Tribunal do Júri (GATJ). O MPF também solicitou que seja levantado o sigilo dos autos para que mais informações possam ser divulgadas.

Segundo as investigações, Colômbia é suspeito de atuar no tráfico de drogas e chefiaria uma quadrilha de pesca ilegal atuante no Vale do Javari, que fica na região de fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. Ele também responde a outros processos por tráfico, pesca ilegal e uso de documento falso. O homem já se encontra preso preventivamente

De acordo com a denúncia, Bruno e Dom foram mortos por contrariarem os interesses da pesca ilegal na região, ao promoverem a educação ambiental em comunidades indígenas.

Nove foram denunciados pelo caso

O mandante do crime é o nono denunciado no caso. Amarildo da Costa Oliveira (conhecido pelo “Pelado”), Oseney da Costa de Oliveira (“Dos Santos”) e Jefferson da Silva Lima (“Pelado da Dinha”) foram os primeiros denunciados por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Eles se tornaram réus e foram presos preventivamente.

Amarildo e Jefferson serão julgados por duplo homicídio qualificado e pela ocultação dos cadáveres das vítimas. Os dois continuam presos. Quanto a Oseney, ele aguarda a finalização do julgamento do caso em prisão domiciliar, com monitoração eletrônica.

Por se tratar de crime doloso contra a vida, o MPF pediu que os três executores sejam submetidos ao tribunal do júri. O pedido foi aceito pela primeira instância, mas o Tribunal Regional Federal da 1ª Região acabou excluindo Oseney da pronúncia. Os procuradores responsáveis pelo caso recorreram ao Superior Tribunal de Justiça para que ele também seja levado a júri popular.

Outras cinco pessoas foram denunciadas por por participação na ocultação dos corpos de Bruno e Dom: Francisco Conceição de Freitas, Eliclei Costa de Oliveira, Amarílio de Freitas Oliveira, Otávio da Costa de Oliveira e Edivaldo da Costa de Oliveira. Os quatro últimos responderão, ainda, por corrupção de menor por terem convencido um jovem com menos de 18 anos a participar do crime.

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