O Ministério Público Federal abriu um inquérito civil público para investigar possíveis abusos cometidos pela rede social Kwai no Brasil.
De origem chinesa, a plataforma é acusada de promover conteúdos e perfis falsos para impulsionar visualizações e aumentar o engajamento dos usuários.
Segundo o MPF, “há indícios de que postagens na rede com informações inverídicas e apelativas sejam produzidas não por usuários regulares do Kwai, mas pela própria plataforma – diretamente ou por meio de empresas de publicidade por ela contratadas, sem qualquer identificação de sua origem”.
A investigação, segundo informações do MPF, foi instaurada a partir de uma denúncia anônima recebida pelo órgão. No início do mês, a revista piauí publicou uma extensa reportagem detalhando o esquema.
A peça do MPF menciona “práticas possivelmente abusivas da plataforma, com potencial de configurar violação dos direitos fundamentais à informação qualificada e à segurança nas relações de consumo, além de eventualmente abalar a confiança da sociedade no processo democrático”.
O órgão espera que o Kwai e suas parceiras prestem esclarecimentos sobre os contratos firmados e conservem mensagens, gravações, documentos, vídeos postados e quaisquer outras evidências relacionadas às condutas apuradas.
Além do inquérito civil a mirar a Kwai, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão já conduz, desde 2021, uma apuração sobre as condutas de outras sete plataformas digitais: YouTube, TikTok, Instagram, Facebook, X, Whatsapp e Telegram.
Todos os procedimentos visam definir se houve omissão no combate à desinformação e à violência digital.
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