Justiça

MPF abre investigação para apurar suposto vazamento de informações de operação contra CV

Órgãos quer apurar a possível participação de agentes da Polícia Federal no esquema de vazamentos

MPF abre investigação para apurar suposto vazamento de informações de operação contra CV
MPF abre investigação para apurar suposto vazamento de informações de operação contra CV
Foto: Divulgação PF
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A Procuradoria da República no Rio de Janeiro anunciou nesta sexta-feira 5 que instaurou um inquérito para apurar a possível participação de agentes da Polícia Federal no vazamento de informações sobre uma operação que mirou líderes do Comando Vermelho no estado, entre eles o deputado estadual TH Joias (sem partido).

O procedimento foi aberto a pedido do procurador Eduardo Benones, que chefia o Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial no Rio do MPF. O documento sustenta que a apuração tratará dos fatos relacionados à suspeita de prática, em tese, por policiais federais, dos crimes de obstrução da justiça, e de violação de segredo profissional, previsto no Código Penal, bem como outras eventuais condutas criminosas que venham a ser identificadas no curso das investigações”.

A portaria ainda pontua que o “sigilo intrínseco às operações policiais desta natureza sugere um vazamento primário” na corporação, o que aponta para a “possível reincidência” de policiais federais “no que se refere ao vazamento de informações sigilosas, especialmente diante de fatos passados já investigados pelo MPF”.

Na quinta-feira, a PF prendeu o presidente da Assembleia Legislativa do estado, Rodrigo Bacellar (União), sob alegação de que o político teria vazado informações sigilosas da Operação Zargun, deflagrada em setembro. Na ocasião, TH e outras pessoas foram presas por envolvimento com a facção criminosa.

A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

De acordo com as apurações, na véspera da Zargun, a casa de TH foi esvaziada. No dia seguinte, quando os agentes da PF chegaram ao local para cumprir o mandado de busca e apreensão, o deputado enviou a Bacellar uma foto de seu sistema de segurança mostrando a equipe da PF no imóvel.

Naquele momento, o presidente da Alerj o orientou a remover objetos de interesse das investigações, “indicando envolvimento direto no encobrimento”, segundo Moraes. O ministro considerou as práticas de Bacellar “gravíssimas”, o que justificaria a prisão para garantir a ordem pública, além de ter identificado “fortes indícios de sua participação em organização criminosa”. 

Moraes, ao decretar a prisão preventiva de Bacellar, disse haver significativo risco de fuga e interferência na produção de provas das investigações contra o CV, o que também motivou o afastamento de Bacellar da presidência da Alerj.

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