Justiça
MP recorre de decisão que absolveu réus pelo incêndio no Ninho do Urubu
O incêndio matou 10 atletas das categorias de base do Flamengo em 8 de fevereiro de 2019
O Ministério Público do Rio recorreu da decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro absolveu todos os réus do caso do incêndio no Ninho do Urubu, que matou 10 atletas das categorias de base do Flamengo em 8 de fevereiro de 2019.
O documento foi protocolado na última sexta-feira 24. O MP vai apresentar suas razões para o recurso, e os sete réus vão poder se manifestar antes de uma decisão em segunda instância.
A absolvição dos réus aconteceu na última semana e foi justificada pela “ausência de demonstração de culpa penalmente relevante e na impossibilidade de estabelecer um nexo causal seguro entre as condutas individuais e a ignição”, registrou o juiz Tiago Fernandes de Barros, da 36ª Vara Criminal da Comarca da Capital.
Para o MP, o incêndio “poderia e deveria ter sido evitado”. “Os comportamentos dos denunciados contribuíram para a ocorrência do delito que ceifou a vida de dez adolescentes, afastando completamente a percepção sobre o evento como um acidente inevitável ou uma simples fatalidade”, afirmou o órgão na apresentação da denúncia.
O incêndio aconteceu na madrugada de 8 de fevereiro de 2019. Os jovens que morreram tinham entre 14 e 17 anos, e jogavam nas categorias de base do Flamengo. Outros três adolescentes sobreviveram com ferimentos.
As vítimas dormiam em quartos montados em contêineres. As instalações eram provisórias, e estavam sendo usadas enquanto o clube concluía as obras de quartos de alvenaria.
As investigações apontam irregularidades nas instalações elétricas e falta de manutenção preventiva nos aparelhos de ar condicionado. Além disso, as grades instaladas nas janelas impediram a saída dos jovens quando o fogo começou.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.


