Justiça

MP arquiva denúncia contra PMs que participaram de vídeo queimando uma cruz

O caso chegou a ser encaminhado pelo Conselho Nacional dos Direitos Humanos à ONU, apontando semelhanças com ritos supremacistas brancos

MP arquiva denúncia contra PMs que participaram de vídeo queimando uma cruz
MP arquiva denúncia contra PMs que participaram de vídeo queimando uma cruz
O vídeo foi publicado nas redes sociais do Baep de São José do Rio Preto (SP). Créditos: Reprodução / Rede Social
Apoie Siga-nos no

O Ministério Público de São Paulo arquivou uma denúncia contra policiais militares do 9º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) de São José do Rio Preto flagrados queimando uma cruz. O vídeo da ação circulou nas redes sociais.

Nas imagens, publicadas nos perfis oficiais do próprio batalhão, era possível ver uma cruz em chamas e uma trilha com caminho marcado por fogo. Em outro trecho, um brasão de fogo no chão, onde constava a palavra Baep e vários PMs ao redor, com o braço erguido na altura do ombro. Viaturas e bandeiras da corporação também foram vistas.

À época, a manifestação repercutiu mal e foi classificada como desrespeitosa de cunho nazista por internautas. Diante a repercussão, o vídeo foi apagado. O comandante do batalhão, tenente-coronel Costa Junior, afirmou, contudo, se tratar de um rito rotineiro dentro da corporação, a fim de valorizar o empenho e o esforço que os policiais dedicaram ao longo do período de estágio.

O caso chegou a ser encaminhado pelo Conselho Nacional dos Direitos Humanos à Organização das Nações Unidas (ONU) alegando haver semelhanças entre os gestos praticados pelos PMs e as ações de colocar fogo em uma cruz a saudações nazistas e o ritual da “Ku Klux Klan” dos Estados Unidos. A denúncia ainda estabelecia uma correlação do vídeo com rituais supremacistas: “historicamente, a queima de cruzes significa um ato de intimidação contra minorias, incluindo pessoas negras, judeus e imigrantes”.

O arquivamento foi determinado pelo promotor de Justiça Cleber Takashi Murakawa, que apontou não ter encontrado indícios de crimes ou infrações no conteúdo.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo