Justiça

Moro foi influenciado pelos EUA na operação Lava Jato, aponta Le Monde

O jornal francês diz acreditar que operação estava obcecada em bloquear o PT

Dallagnol e Moro (Credito: Aílton de Freitas/Agência O Globo)
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O jornal francês Le Monde publicou, no domingo 11, uma reportagem em que aponta a influência do governo dos Estados Unidos na Operação Lava Jato a partir de uma conexão com o então juiz Sergio Moro.

No texto, a publicação diz que a força-tarefa da operação serviu a “vários interesses, mas não à democracia”.

A reportagem afirma que a conexão entre EUA e Lava Jato começou ainda no governo de George W. Bush, que deixou a presidência em 2009.

O texto diz que a administração do então presidente norte-americano buscou “aumentar a ação antiterrorista de Brasília” e tentou criar uma “uma rede de especialistas locais, capazes de defender as posições americanas ‘sem parecerem joguetes’ de Washington”.

Na época, Moro teria colaborado com os EUA no caso Banestado e, então, foi convidado para participar do Programa de Visitantes Internacionais do Departamento de Estado. O ex-juiz teria aceitado e feito uma viagem ao país em 2007, em que fez contatos dentro do FBI , do Departamento de Justiça e do departamento de Estado.

Um pouco depois, quando os EUA estavam sob o comando de Barack Obama, o país teria enviado a Curitiba (PR), em 2015, agentes do FBI e da Polícia Federal estadunidense para receber “explicações sobre os procedimentos em andamento” na Lava Jato. De acordo com o Le Monde, houve um acerto entre a força-tarefa da operação e as autoridades norte-americanas.

O jornal diz acreditar que a Lava Jato estava obcecada em bloquear o PT. O Le Monde indicou que, por meses, fez “investigações, entrevistas e pesquisas” para entender os acontecimentos envolvendo o Brasil e a Lava Jato.

A reportagem lembra que, após deixar o governo Bolsonaro, Moro integrou-se à consultoria Alvarez & Marsal, que tem sede nos Estados Unidos, perto da Casa Branca.

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