Justiça
Moraes prorroga inquérito sobre vazamento de dados de ex-assessor e manda ouvir delegada
O ministro do STF estendeu a investigação por 30 dias. A Polícia Federal busca esclarecer a atuação da Polícia Civil de SP no episódio


O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, prorrogou nesta quarta-feira 9, por 30 dias, o inquérito que apura o vazamento de dados do celular de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do magistrado.
O prazo foi solicitado pela Polícia Federal, que pretende realizar novas diligências, incluindo uma auditoria interna na Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo.
Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral, foi preso em 2023 por violência doméstica e seu celular foi apreendido pela Polícia Civil. A PF investiga a possibilidade de os dados do aparelho terem sido vazados, o que teria exposto conversas com integrantes dos gabinetes de Moraes, incluindo informações utilizadas em investigações do STF.
Entre os alvos das novas diligências estão a delegada Jaqueline Menon, que devolveu o aparelho ao ex-assessor em uma delegacia de Franco da Rocha, e outros policiais envolvidos no processo de apreensão.
Segundo a delegada Luciana Raffaelli Santini, responsável pela prisão do ex-assessor, não teria sido necessário apreender o celular de Tagliaferro. Ela, contudo, solicitou que o aparelho fosse transferido à delegacia de Franco da Rocha depois de receber um telefonema de outro delegado da Polícia Civil, José Luiz Antunes, pedindo que o aparelho fosse levado para lá.
A investigação busca identificar se houve irregularidade na atuação da Polícia Civil e esclarecer se dados confidenciais do ex-assessor de Moraes foram acessados indevidamente.
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