Moraes prorroga inquérito sobre fake news de Bolsonaro que ligou vacina à Aids

A decisão acolhe um pedido da delegada Lorena Lima Nascimento, da Polícia Federal, responsável pela investigação

JAIR BOLSONARO E ALEXANDRE DE MORAES. FOTOS: EVARISTO SÁ/AFP E ANDRESSA ANHOLETE/AFP

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, prorrogou por 60 dias o inquérito que apura as declarações do presidente Jair Bolsonaro que associam, à base de fake news, as vacinas contra a Covid-19 ao desenvolvimento da Aids.

A decisão acolhe um pedido da delegada Lorena Lima Nascimento, da Polícia Federal, responsável pela investigação. Moraes determinou a abertura do inquérito em dezembro de 2021, mas os trabalhos começaram apenas em fevereiro.

O magistrado também autorizou a PF a cobrar do Google o compartilhamento, em até 10 dias, da íntegra da live em que Bolsonaro fez as declarações falsas.

Em transmissão ao vivo nas redes em 21 de outubro do ano passado, o ex-capitão disse que relatórios do Reino Unido teriam sugerido que pessoas totalmente vacinadas contra a Covid estariam desenvolvendo Aids, o que levou Facebook, Instagram e YouTube a removerem o vídeo das plataformas. O Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido e o Public Health England desmentiram a informação e atribuíram o boato a um site que propaga fake news.

Dias depois, o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Antonio Barra Torres, também reagiu à informação falsa de Bolsonaro.

“Nenhuma das vacinas está relacionada à geração de outras doenças. Nenhuma delas está relacionada ao aumento da propensão de ter outras doenças, doenças infectocontagiosas, por exemplo”, afirmou Barra Torres, sem citar Bolsonaro, em uma reunião da diretoria da agência. “Confiem nas vacinas, usem as vacinas.”


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