Justiça

Moraes pede explicações de presídio no PR após ex-assessor de Bolsonaro afirmar ter sofrido maus-tratos

Durante o interrogatório da trama golpista, Filipe Martins disse ter ficado em uma cela isolada e sem iluminação enquanto esteve preso no Complexo Médico Penal de São José dos Pinhais

Moraes pede explicações de presídio no PR após ex-assessor de Bolsonaro afirmar ter sofrido maus-tratos
Moraes pede explicações de presídio no PR após ex-assessor de Bolsonaro afirmar ter sofrido maus-tratos
Filipe Martins é um dos réus no processo da trama golpista. Foto: Reprodução/Redes Sociais
Apoie Siga-nos no

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, cobrou explicações da direção do Complexo Médico Penal, em São José dos Pinhais (PR), após denúncias de que Filipe Martins, ex-assessor internacional de Jair Bolsonaro e réu na ação do golpe, teria sofrido maus-tratos na unidade. O bolsonarista foi preso em 2024, mas teve a prisão relaxada e cumpre medidas cautelares.

No despacho assinado nesta terça-feira 29, o ministro ainda determinou que a Procuradoria-Geral de Justiça do Estado do Paraná e o juiz corregedor do Tribunal de Justiça estadual informem se tiveram conhecimento de eventuais irregularidades contra Martins e se medidas foram adotadas no caso.

O ex-assessor de Bolsonaro relatou os supostos maus-tratos em depoimento ao STF na última quinta-feira 24. As violações envolveriam a permanência em uma cela individual e sem iluminação em boa parte do período que esteve preso. Diante do relato, o ministro pediu que o presídio esclareça se foi aberto algum procedimento para apurar possíveis violações.

Martins prestou depoimento como réu da trama golpista. Ele é acusado pela Procuradoria-Geral da República de integrar o chamado núcleo 2 da organização criminosa criada para manter Bolsonaro no poder em 2022. O grupo, diz a denúncia, era formado por acusados que ocupavam posições profissionais relevantes e gerenciavam as ações elaboradas pela organização da trama golpista.

Ele é réu pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e dano ao patrimônio tombado. Somadas, as penas podem chegar a 40 anos de prisão.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo