O Ministério Público Federal ofereceu denúncia contra três pessoas pela abordagem feita ao procurador-Geral da República, Augusto Aras, em Paris.
Dois professores e uma defensora pública são acusados dos crimes de injúria e calúnia perante a Justiça Federal de São Paulo.
Aras foi questionado pelos manifestantes sobre as suspeitas de irregularidades no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) enquanto estava de férias com a família na capital francesa.
“E aí, procurador? Dar rolezinho em Paris é legal, e abrir processo, procurador? Vamos lá investigar, procurador, ou vai continuar engavetando? Vamos lá fazer o seu trabalho?”, diz uma pessoa não identificada em trecho de vídeo que circulou nas redes sociais.
O trio ainda cobrou o PGR a investigação do escândalo do MEC e outros casos suspeitos durante a gestão do ex-capitão.
“Vamos investigar o bolsolão do MEC, pastor fazendo reunião, o Bolsonaro gastando milhões em Viagra para o Exército. Cadê investigação, procurador? Aqui em Paris tem nada para encontrar, não. Tem que procurar lá em Brasília”, mostra o vídeo.
A defesa dos professores Felipe e Mírian Cristina de Moura Garrido disse à Folha que “a rigor, não foram preferidos xingamentos e muito menos imputações de crimes ao PGR, mas questionamentos sobre o exercício de sua função”.
Na visão da advogada, não haveria cometimento de conduta ilícita, e sim exercício da liberdade de expressão e de direitos políticos da cidadania.
A defesa da defensora pública Laura Joaquim Taveira não quis se manifestar, bem como o PGR.
O pedido agora será analisado formalmente por um juiz federal e após será aberto prazo para as defesas dos acusados se manifestarem.
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