Ministério Público abre procedimento para acompanhar saída da Ford

Em portaria, subprocurador diz que anúncio da empresa americana pode causar efeitos prejudiciais ao setor industrial

Cerca de 1,5 mil funcionários ainda continuavam trabalhando na Ford de Camaçari. Foto: iStock/Reprodução

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O Ministério Público Federal instaurou um procedimento administrativo para acompanhar a saída da empresa americana Ford do Brasil, após o anúncio do encerramento de atividades nas fábricas de Camaçari, na Bahia, Taubaté, em São Paulo, e Horizonte, no Ceará. A portaria que anunciou a medida foi assinada pelo subprocurador-geral da República Luiz Augusto Santos Lima, da 3ª Câmara de Coordenação e Revisão – Consumidor e Ordem Econômica – do MPF na terça-feira 12.

 

 

A Câmara é conduzida por um colegiado de três membros e tem como objetivo zelar pelo processo competitivo na economia, com apoio em normas legais e constitucionais que garantam a liberdade econômica e outros princípios.

No caso da Ford, a intenção é observar os impactos socioeconômicos e concorrenciais do fechamento das montadoras. Na prática, poderão, por exemplo, acompanhar o cumprimento de cláusulas de acordos firmados e fiscalizar políticas públicas relacionadas ao assunto.


Na portaria, Santos Lima escreveu que o anúncio da companhia de automóveis pode causar efeitos “prejudiciais” ao setor industrial do Brasil, “capazes de provocar a redução dos níveis de renda e emprego nacionais, afetando negativamente a economia do país, além da potencial repercussão no nível concorrencial do mercado de veículos”.

 

Anfavea: ‘Não queremos subsídio, mas competitividade’

Em entrevista coletiva nesta quarta-feira 13, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores rebateu as declarações do presidente Jair Bolsonaro. O chefe do Palácio do Planalto havia dito que faltou à Ford dizer a verdade e que a companhia quer subsídios do governo.

“Em nenhum momento falamos de subsídio. Todas as nossas propostas visam à redução do custo-país. Não queremos subsídios, queremos competitividade”, disse o presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes, reivindicando celeridade na aprovação da reforma tributária no Congresso Nacional. “Uma chance de resolver é estimulando a economia, reduzindo o custo. Outra alternativa é fechar fábricas.”

 

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