Justiça
Militar que disse saber quem mandou matar Marielle deve prestar novo depoimento, diz diretor-geral da PF
Andrei Passos ainda afirmou que a PF irá compartilhar informações obtidas na Operação Venire com o inquérito que investiga o assassinato da vereadora
A Polícia Federal vai repassar as informações obtidas durante a Operação Venire, que investiga a falsificação de dados sobre vacinas de covid-19, para o inquérito sobre a morte da vereadora carioca Marielle Franco e seu motorista, em 2018.
A ligação entre os casos foi estabelecida após os investigadores interceptarem diálogos entre Ailton Barros, ex-major do Exército, e Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Nas mensagens, Barros diz saber quem seria o mandante do assassinato de Marielle.
“Eu sei dessa história da Marielle toda, irmão, sei quem mandou. Sei a p*** toda. Entendeu?”, diz trecho transcrito pela PF em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal. Ambos os militares estão presos por ordem do ministro Alexandre de Moraes.
De acordo com o diretor-geral da PF, Andrei Passos, Barros será convocado a esclarecer as declarações sobre o crime. Após ser preso, ele ficou em silêncio diante dos investigadores. O novo depoimento ainda será marcado.
“Certamente, ele [o ex-major] vai ser inquirido novamente sobre isso, assim como análise dos materiais, outros interrogatórios que a gente venha a fazer”, afirmou durante conversa com jornalistas nesta quinta-feira 4.
Marielle Franco foi morta a tiros enquanto voltava de um evento político no Rio de Janeiro em março de 2018. No curso das primeiras investigações, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz foram presos acusados do crime, mas o mandante e as motivações ainda não foram elucidadas.
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