Justiça
Mendonça vai relatar ação do PSOL contra decretos de Bolsonaro sobre licenciamento ambiental
O partido questiona as alterações nos mecanismos de fiscalização na exploração de minerais estratégicos
O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, será o relator da ação do PSOL que tenta suspender mudanças no licenciamento ambiental que tratam dos mecanismos de fiscalização na exploração de minerais estratégicos. O partido questiona dois decretos do governo de Jair Bolsonaro (PL) – um de 2021 e outro de 2022.
O primeiro criou o Comitê Interministerial de Análise de Projetos de Minerais Estratégicos (CTAPME), que centraliza a avaliação de empreendimentos classificados pelo governo como prioritários. Já o segundo alterou regras do Código de Mineração para simplificar etapas de fiscalização e agilizar o licenciamento ambiental desses projetos, enquadrados na categoria de “minerais estratégicos”.
O partido também sustenta que a Agência Nacional de Mineração (ANM) vem priorizando empreendimentos rotulados como estratégicos sem considerar os efeitos cumulativos sobre comunidades e ecossistemas sensíveis, especialmente em regiões como o Vale do Jequitinhonha (MG), onde a expansão minerária tem elevado riscos sociais, ambientais e sanitários.
Na ação, o PSOL afirma que o novo modelo de licenciamento repete práticas que contribuíram para tragédias como as de Mariana (2015) e Brumadinho (2019), ambas decorrentes do enfraquecimento da fiscalização estatal.
A legenda pede que o STF restaure o controle técnico e a participação social nos processos de licenciamento e na fiscalização de atividades minerárias. Para o PSOL, as medidas questionadas permitem a tramitação acelerada de projetos de alto impacto ambiental sem a devida avaliação científica e social, comprometendo o direito constitucional ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Congresso tenta recriar PL do Licenciamento Ambiental com emendas
Por Agência Brasil
Dino vota para derrubar lei do Ceará que flexibiliza o licenciamento ambiental
Por CartaCapital



