Justiça

Lewandowski abre inquérito para apurar atuação de Pazuello no colapso em Manaus

Ministro do STF atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República; general se torna formalmente investigado

Lewandowski abre inquérito para apurar atuação de Pazuello no colapso em Manaus
Lewandowski abre inquérito para apurar atuação de Pazuello no colapso em Manaus
Ricardo Lewandowski e Eduardo Pazuello. Fotos: Nelson Jr./STF e Nelson Almeida/AFP
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O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, autorizou nesta segunda-feira 25 a abertura de um inquérito para apurar a conduta do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em meio à crise no sistema de saúde de Manaus.

Lewandowski atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República feito no sábado 23 e determinou o encaminhamento dos autos à Polícia Federal, que deverá instaurar e concluir o inquérito em sessenta dias. Assim, Pazuello se torna formalmente investigado no STF e deverá prestar depoimento à PF.

Na manifestação enviada ao STF, o procurador-geral da República, Augusto Aras, afirma “existirem indícios de que a pasta comandada pelo representado teria sido alertada com antecedência por uma fornecedora de oxigênio hospitalar de que faltariam, no mês de janeiro de 2021, cilindros com o gás comprimido nos nosocômios da capital do Estado do Amazonas”.

A PGR cita também que a Saúde informou ter distribuído 120 mil unidades de hidroxicloroquina, medicamento sem eficácia no tratamento contra a Covid-19, dias antes de o sistema de saúde da capital amazonense entrar em colapso.

Aras cobra o aprofundamento nas investigações sobre os “gravíssimos fatos imputados” ao general, “considerando que a possível intempestividade nas ações do representado, o ministro Eduardo Pazuello, o qual tinha dever legal e possibilidade de agir para mitigar os resultados, pode caracterizar omissão passível de responsabilização cível, administrativa e/ou criminal”.

Em seu despacho, Lewandowski escreveu que, “atendidos os pressupostos constitucionais, legais e regimentais, determino o encaminhamento destes autos à Polícia Federal para a instauração de inquérito, a ser concluído em 60 dias, conforme requerido pelo procurador-geral da República, ouvindo-se o ministro de Estado da Saúde”.

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