Kassio Nunes será relator de ação no STF contra foro privilegiado de Flávio Bolsonaro

Inicialmente, caso seria relatado por Celso de Mello, que se aposentou em outubro

Bolsonaro e Kassio Nunes. Foto: Marcos Corrêa/PR

Apoie Siga-nos no

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) apresentada pela Rede Sustentabilidade contra o foro privilegiado concedido ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no caso da “rachadinha” será relatada por Kassio Nunes, novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) indicado por Jair Bolsonaro e que tomou posse nesta quinta-feira 5. Inicialmente, o caso teria relatoria do ministro Celso de Mello, mas ele se aposentou em outubro.

 

 

Segundo a Rede, a decisão favorável a Flávio tomada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) contrariou entendimento do STF a respeito da prerrogativa do foro privilegiado. Em 2018, a Corte restringiu o alcance do foro a crimes cometidos no exercício do mandato e em função do cargo.

Por isso, no caso de Flávio, o partido pediu ao STF para “excluir a interpretação de qualquer prorrogação ou extensão do foro por prerrogativa de função ao término do mandato de deputado estadual”. A prática da “rachadinha” teria acontecido durante os anos em que o filho do presidente da República era deputado estadual no Rio.


Em setembro, o procurador-geral da República, Augusto Aras, encaminhou ao STF um parecer em que pedia a rejeição da ação apresentada pela Rede. “A pretensão, tal como formulada, não encontra espaço na via da ação direta de inconstitucionalidade, destinada ao controle abstrato da validade de normas estaduais. O Supremo Tribunal Federal não conhece de ações em controle concentrado de constitucionalidade que visam à regulação de situações concretas”, sustentou Aras.

Em junho, o TJ-RJ determinou que o julgamento de questões relacionadas ao processo sobre a “rachadinha” deveria ficar a cargo de um Órgão Especial do próprio tribunal, na 2ª Instância. Assim, tirou a competência do juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal, responsável pelo caso até então.

Se o Supremo acolher a ação da Rede, a investigação deve voltar à 1ª Instância da Justiça fluminense. Com isso, uma decisão monocrática do juiz Flávio Itabaiana seria suficiente para que Flávio Bolsonaro se tornasse réu nesse caso.

Na última quarta-feira 4, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou Flávio Bolsonaro, o ex-assessor Fabrício Queiroz e outras 15 pessoas no âmbito das investigações sobre a “rachadinha”. Eles são acusados de organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e apropriação indébita.

Os promotores defendem que, se condenados, os denunciados sejam impedidos de exercer função ou cargo público por oito anos. O MP ainda pede o pagamento de indenização no valor mínimo de 6,1 milhões de reais para reparar os cofres públicos do Rio.

 

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.