Justiça
Kassio absolve dupla que furtou whisky e salgadinho de supermercado
Os homens haviam apelado sem sucesso ao STJ. O ministro do Supremo reconheceu se tratar de um ‘fato insignificante’
O ministro do Supremo Tribunal Federal Kassio Nunes Marques absolveu dois homens que haviam sido condenados por furtar dois litros de whisky, dois frascos de desodorante, um salgadinho e dois chicletes de um supermercado em Santa Catarina.
A Justiça local havia sentenciado a dupla por furto privilegiado qualificado. Apesar de os itens serem avaliados em 112 reais, rejeitou o princípio da insignificância.
Os réus recorreram sem sucesso ao Superior Tribunal de Justiça. Para o STJ, o acórdão da primeira instância está em conformidade com a jurisprudência que afasta o princípio da insignificância em casos de furto qualificado e de habitualidade delitiva em delitos patrimoniais.
Ao apelarem ao STF, os homens pediram o reconhecimento da insignificância. O Ministério Público, por sua vez, defendeu rejeitar o recurso.
Kassio escreveu, em decisão assinada em 12 de setembro, que não houve violência ou grave ameaça e que os bens foram devolvidos ao supermercado.
“A análise objetiva dos fatos conduz ao reconhecimento da existência de fato insignificante, porquanto não restou evidenciado a relevante ofensividade da conduta dos agentes, o que atrai a aplicação do princípio da insignificância e viabiliza o pleito absolutório.”
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
STF retoma julgamento engavetado que pode redefinir limites da liberdade de expressão
Por CartaCapital
Solidariedade pede ao STF o retorno de doações de empresas em campanhas eleitorais
Por CartaCapital
STF fixa regras para autorização de procedimentos fora do rol da ANS
Por Agência Brasil



