Justiça
Justiça suspende votação da privatização da Sabesp até a realização de todas as audiências públicas
Determinação judicial veio a partir de uma ação protocolada por parlamentares do PT e do PSOL


A juíza Celina Kiyomi Toyoshima, da 4ª Vara de Fazenda Pública da Justiça de São Paulo, decidiu nesta quarta-feira 20 suspender a segunda votação da privatização da Sabesp na Câmara Municipal até que todas as audiências públicas sobre o tema sejam realizadas.
A determinação judicial veio a partir de uma ação protocolada por parlamentares do PT e do PSOL. Atualmente seis audiências públicas foram realizadas e outras três estão agendadas.
Além da suspensão, a magistrada pede ainda que seja elaborado um laudo de impacto orçamentário. A ideia é “qualificar o debate e a participação das pessoas na discussão do projeto de lei”, segundo os defensores públicos que assinaram a manifestação deferida pela juíza.
Em nota, a Câmara Municipal afirmou que a decisão judicial não deve atrasar a votação, já que essa já era a tramitação prevista.
“A segunda votação do PL, desde o início, está programada para ocorrer apenas após as audiências”. O texto deve passar pela segunda votação em plenário depois do dia 2 de maio, data da última audiência.
Na véspera da primeira votação, na última quarta-feira 17, a Casa aprovou regime de urgência para a pauta, ignorando as audiências já agendadas em diversos bairros da cidade.
A venda da Sabesp foi autorizada pela Assembleia Legislativa de São Paulo no final do ano passado. Um novo contrato com a prefeitura, contudo, precisa do aval dos vereadores paulistanos.
Os vereadores da capital precisam definir mudanças na legislação municipal para permitir a assinatura de contratos de prestação de serviço em caso de privatização, além de aprovar a continuidade dos contratos existentes da companhia com a cidade.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Defensoria Pública de SP recomenda suspensão de privatização da Sabesp
Por CartaCapital
Sabesp é autorizada a reajustar tarifas em 6,4% a partir de maio
Por CartaCapital