Justiça

Justiça mantém demissão de funcionária que fez ‘piadas’ racistas no WhatsApp

A decisão seguiu as orientações do Protocolo para Julgamento com Perspectiva Racial do Conselho Nacional de Justiça

Justiça mantém demissão de funcionária que fez ‘piadas’ racistas no WhatsApp
Justiça mantém demissão de funcionária que fez ‘piadas’ racistas no WhatsApp
Facebook, Instagram e WhatsApp. Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil
Apoie Siga-nos no

A Justiça do Trabalho em Minas Gerais confirmou a demissão por justa causa de uma educadora física que trabalhava em uma academia de Belo Horizonte por prática de racismo recreativo. Segundo os autos, ela fazia “piadas” racistas contra uma colega em um grupo de trabalho no WhatsApp.

A sentença, proferida pela juíza Jéssica Grazielle Andrade Martins, da 48ª Vara do Trabalho da capital, chancela a decisão da empresa de afastar a funcionária racista.

A decisão seguiu as orientações do Protocolo para Julgamento com Perspectiva Racial do Conselho Nacional de Justiça, que oferece uma série de recomendações aos magistrados.

Conforme o processo, a funcionária participava de um grupo de WhatsApp que elaborava uma “tabela de pontuação negativa” para colegas, na qual características relacionadas à pele negra eram tratadas como defeitos. A vítima também sofria intolerância religiosa.

Reversão negada

A ex-funcionária tentou reverter a decisão de justa causa sob a alegação de competência nos quatro anos em que esteve na empresa. Ela disse também não ter cometido qualquer ato ofensivo, mas foi desmentida por prints de comentários, montagens e fotos de macacos.

O material foi repassado ao canal interno de denúncias da academia por outra funcionária, validando a prática de injúria racial.

A investigação apontou que a funcionária participava ativamente das conversas no grupo, enviando fotos da vítima sem sua autorização. A decisão considerou a justa causa proporcional.

Agora, o processo segue para o Tribunal Superior do Trabalho, para análise de um recurso.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo