Justiça
Justiça do Rio de Janeiro decreta a prisão preventiva do rapper Oruam
O artista já havia sido indiciado por supostamente facilitar a fuga de um adolescente procurado pela polícia


A Justiça do Rio de Janeiro decretou a prisão preventiva do rapper Oruam, nesta terça 22, por associação ao Comando Vermelho e por obstrução após o rapper impedir uma operação de busca e apreensão e atacar agentes da Polícia Civil para facilitar a fuga de um adolescente acusado de roubar carros.
A ordem de prisão foi expedida sob a acusação de crimes de tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência, desacato, ameaça e lesão corporal leve contra policiais, o que aumentará a pena por se tratar de violência contra autoridade.
Via redes sociais, Oruam denunciou um cerco policial em sua residência no bairro do Joá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, na noite da segunda-feira 21, que resultou em confronto com agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).
Segundo a polícia, agentes da DRE se dirigiram à casa do cantor após receberem informações sobre a presença do adolescente que trabalharia como segurança de Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca, uma das lideranças do Comando Vermelho no Rio de Janeiro.
O episódio ganhou repercussão depois que o próprio artista transmitiu ao vivo os momentos em que os policiais chegaram à sua casa. Por volta das 23h, Oruam publicou mensagens pedindo ajuda: “Quem estiver de moto brota no Joá. Me ajuda. Eles estão na minha porta desde 11 da noite”.
Durante a operação policial, o rapper filmou o momento em que ele e outras pessoas arremessavam pedras contra os agentes policiais. Após o confronto, o rapper conseguiu deixar o local e se dirigiu ao Complexo da Penha, na Zona Norte da cidade. Segundo os agentes, oito pessoas apareceram na varanda da residência e participaram do ataque.
Este não é o primeiro imbróglio envolvendo Oruam e as autoridades policiais. Em fevereiro deste ano, o artista foi preso em flagrante por abrigar um foragido da Justiça em sua residência. Na ocasião, os policiais procuravam pelo próprio rapper, mas acabaram encontrando o traficante Yuri Pereira Gonçalves, suspeito de envolvimento com organização criminosa.
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