A Justiça determinou o prazo de 72 horas para que o presidente Jair Bolsonaro explique suas acusações de que teria ocorrido fraude nas eleições de 2018. A decisão foi assinada pela juíza Ana Lúcia Petri Betto, da 6ª Vara Cível de São Paulo.
A ordem judicial responde a uma ação do movimento Livres, de orientação liberal. O questionamento, protocolado na quinta-feira 21, refere-se a declarações de Bolsonaro em Miami, nos Estados Unidos, em março de 2020, quando disse que deveria ter sido eleito em primeiro turno e que tinha em mãos as provas de fraude. O chefe do Executivo ainda não apresentou comprovações do que disse.
Para o Livres, a afirmação do presidente põe em xeque a “credibilidade da Justiça Eleitoral”, o que configuraria “ato lesivo ao regime democrático”. “Um atentado contra democracia é urgente de ser reprimido o quanto antes, sobretudo quando o autor do fato é o próprio presidente da República”, diz a ação.
No início de janeiro, Bolsonaro foi questionado por ação do PT no Tribunal Superior Eleitoral e na Procuradoria-Geral da República, por declarações relacionadas à invasão ao Capitólio, nos EUA. O presidente afirmou, na ocasião, que o Brasil terá “um problema pior que os Estados Unidos” se não implantar o voto impresso nas eleições.
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