Justiça
Justiça condena PMs a mais de 200 anos de prisão por envolvimento na Chacina do Curió
O caso aconteceu em 2015 no Ceará, e teve 11 mortes; com as duas novas sentenças, as condenações de policiais envolvidos no massacre chegam a oito


O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) condenou dois policiais militares a mais de 200 anos de prisão cada por envolvimento no caso conhecido como Chacina do Curió, que deixou 11 mortos, em novembro de 2015, em Fortaleza. Com isso, são oito os policiais condenados pelo caso.
Um dos policiais, Marcílio Costa de Andrade foi condenado a 315 anos, 11 meses e 10 dias de prisão. Ele é acusado de articular a presença dos demais agentes envolvidos nos crimes. O outro agente julgado nesta semana, Luciano Breno Freitas Martiniano, foi sentenciado a 275 anos e 11 meses. Ambos tiveram as prisões provisórias decretadas e cumpridas ainda no plenário do fórum.
O julgamento dos dois últimos policiais condenados terminou depois das 22h de quinta-feira 25, após mais de 43 horas de sessão. Somadas as sessões dos julgamentos dos demais acusados, foram mais de 330 horas, segundo o TJCE.
No total, 45 PMs foram denunciados pelo Ministério Público, acusados de envolvimento no caso, e 44 tornaram-se réus. Destes, 10 foram impronunciados por ausência de provas, três tiveram os casos encaminhados para a Justiça Militar, um morreu e outro teve o julgamento suspenso após apresentação de um exame de sanidade mental. Os 29 restantes foram levados à Justiça civil em diferentes momentos, sendo que 21 foram absolvidos.
A Chacina do Curió aconteceu horas após a morte de um policial militar em uma tentativa de assalto. A maioria das 11 vítimas eram jovens com idades entre 16 e 18 anos que, segundo as investigações, sequer tinham passagens pela polícia.
Dos oito policiais condenados, sete tiveram penas acumuladas superiores a 200 anos de prisão, por dezenas de crimes, como homicídio, tentativa de homicídio e tortura.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.