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Justiça bloqueia valor milionário de empresa responsável por jogos de azar

Suspeita é que a plataforma Blaze utilize influenciadores digitais para promover cassino virtual; empresa nega irregularidade

Justiça bloqueia valor milionário de empresa responsável por jogos de azar
Justiça bloqueia valor milionário de empresa responsável por jogos de azar
Crimes virtuais se tornaram mais comuns após a pandemia - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
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A Justiça de São Paulo bloqueou 101 milhões de reais da plataforma de apostas Blaze, responsável por oferecer apostas esportivas e jogos de azar. Segundo informações reveladas na edição do último domingo 17 do programa Fantástico, da TV Globo, a empresa é suspeita de praticar estelionato.

Na internet, a Blaze oferece jogos de azar, conhecidos como “Jogo do Aviãozinho” (também chamado de “Crash”). Uma das formas de promover os jogos envolve influenciadores nas redes sociais. 

O “Crash”, por exemplo, funciona da seguinte maneira: o usuário simula um voo e, à medida que o avião virtual começa a voar, o valor da premiação vai aumentando. O apostador, portanto, deve decidir a hora de parar o voo. Se, antes disso, a palavra “Crashed” aparecer, a aposta estará perdida.

Já o “Jogo do Tigrinho”, outra modalidade que circula nessas plataformas, é semelhante aos cassinos físicos. A ideia é que o usuário faça uma combinação de três figuras iguais nas três fileiras apresentadas na tela.

Na prática, as modalidades funcionam como cassino online, o que é proibido no Brasil. 

De acordo com a matéria, os investigadores começaram a apurar a ação da Blaze após usuários relatarem perdas nos jogos virtuais. 

Em depoimentos nas redes sociais, muitos deles relatam que chegaram a ter ganhos elevados nos jogos, mas, na hora de sacar o dinheiro, os valores não eram pagos.

“Eu cheguei a ganhar muito dinheiro, mais de R$ 100 mil. Eu consegui sacar R$ 20 mil. O resto ficou tudo lá. E era uma manipulação atrás da outra”, disse uma das vítimas ao boletim semanal.

A matéria aponta, ainda, que a Justiça de São Paulo chegou a determinar que o site da Blaze fosse retirado do ar. A ordem judicial, porém, não foi cumprida. Assim como outros sites de apostas, a empresa não tem sede no Brasil.

A suspeita inicial é de que parte dos valores arrecadados pela Blaze vão para três brasileiros, que seriam, segundo a matéria, suspeitos de serem os donos ocultos da empresa.

Os representantes legais da Blaze afirmam que a empresa trabalha de maneira regular. Segundo a defesa, a empresa tem sede em Curaçao, no Caribe. Segundo eles, mesmo que os apostadores sejam brasileiros, a atividade não constitui crime. 

Prisão de influenciadores digitais

Os desdobramentos do caso não ficaram apenas na decisão judicial citada. Nesta segunda-feira 18, a Polícia Civil (PC) prendeu cinco influenciadoras digitais no Pará.

De acordo com os investigadores, os influenciadores faziam propagandas de plataformas de apostas em seus perfis nas redes sociais. O foco, neste caso, é o chamado ‘jogo do tigrinho’.

No total, a polícia cumpre doze mandados de prisão em cidades como Belém, Castanhal e Bragança. Entre os mandados já cumpridos, parte deles foi executada em um condomínio de luz em Belém e em uma casa de prostituição na capital paraense.

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