Justiça
Juíza nega pedido de Andressa Urach para reaver R$ 2 milhões doados à Igreja Universal
A influenciadora afirmou ter sofrido uma ‘lavagem cerebral’. Para a IURD, doações foram voluntárias


A Justiça do Rio Grande do Sul rejeitou uma ação da influenciadora Andressa Urach para obter a devolução de mais de 2 milhões de reais que afirma ter doado à Igreja Universal do Reino de Deus. Segundo a juíza Karen Bertoncello, da 13ª Vara Cível do Foro Central de Porto Alegre, não há prova de “submissão cega e coagida” à IURD. Cabe recurso contra a decisão, assinada em 11 de agosto.
Urach declarou nos autos ter sido compelida moral e espiritualmente pela Universal a realizar as doações, em um momento de fragilidade emocional e psicológica decorrente de problemas de saúde. Ela mencionou ter sido vítima de uma “lavagem cerebral”.
Para Bertoncello, porém, não há demonstração de qualquer ato de ameaça ou pressão individualizada. A magistrada afirmou que a influenciadora aderiu por mais de cinco anos à doutrina da IURD, de forma consciente e convita, e chegou a mencionar a autobiografia Morri para Viver, na qual Urach relata sua conversão.
“O eventual arrependimento posterior, motivado por uma mudança de fé ou por dificuldades financeiras supervenientes, não tem o poder de retroagir para invalidar atos jurídicos perfeitos, praticados de forma livre e consciente no passado”, sustentou a juíza.
Entre carros e transferência bancária, o montante doado chegou a 2.040.042 reais, segundo o processo.
A Universal pediu a rejeição da demanda de Urach e mencionou a liberdade religiosa, a voluntariedade das doações, a capacidade da influenciadora e a ausência de dano e nexo causal.
Além de negar a solicitação de Andressa Urach, a juíza a condenou a pagar honorários de advogados na proporção de 10% do valor da causa.
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