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Juiz rejeita denúncia contra padre por ofensas homofóbicas a repórter da Globo
Para o juiz Bruno César Singular França, os xingamentos de ‘viadinho’, entre outras ofensas, são ‘direito à liberdade religiosa’
A Justiça Estadual de Mato Grosso rejeitou a denúncia apresentada pelo Ministério Púbico contra o padre Antônio Müller, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Tapurah, acusado de proferir ofensas homofóbicas contra o jornalista Érick Rianelli, da TV Globo, casado com Pedro Figueiredo, também jornalista da emissora.
As informações são do portal Metrópoles.
Para o juiz Bruno César Singular França, da Vara Única de Tapurah, no Mato Grosso, os xingamentos de “viadinho”, entre outras ofensas homofóbicas, são “direito à liberdade religiosa”, contrariando manifestação do STF em sentido contrário.
Em junho, o casal viralizou na internet após Rianelli desejar feliz Dia dos Namorados à Figueiredo, durante o encerramento da edição do RJTV, jornal carioca da TV Globo.
Durante celebração de ato religioso, o padre chamou o profissional de “viadinho”, além de criticar a união homoafetiva, que estaria em desacordo com os dogmas religiosos.
O Ministério Público estadual apresentou uma ação civil pública à época dos fatos e Rianelli foi ouvido em audiência.
Coletivos LGBTIA+ nacionais, testemunhas na ação, se mobilizaram para pedir que o MP recorra da decisão na tentativa de fazer valer a decisão do STF que não prevê nenhum excludente à criminalização da homofobia.
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