Juiz da Lava Jato pede segurança reforçada contra ‘poder econômico e político’ de Moro e Dallagnol

Eduardo Appio encaminhou ao STF denúncia em que o advogado Tacla Duran afirma que sofreu tentativa de extorsão envolvendo Moro, Dallagnol e advogados

Fotos: Agência Brasil e Divulgação

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O juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba, pediu, na última quarta-feira 29, que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) adote medidas de segurança contra ameaças que o magistrado relata sofrer desde a última segunda-feira 27, quando tomou o depoimento do advogado Rodrigo Tacla Duran.

Na audiência da segunda-feira, Tacla Duran, que foi advogado da Odebrecht, acusou o ex-juiz da Operação Lava Jato e atual senador, Sergio Moro (União-PR), e o ex-procurador e atual deputado federal, Deltan Dallagnol (Podemos-PR), de estarem envolvidos em um caso de extorsão contra ele, no curso da Operação Lava Jato. A acusação de extorsão envolve, também, o advogado Carlos Zucolotto Junior, ex-sócio da deputada federal Rosângela Moro, mulher de Sérgio Moro.

Ao TRF-4, Eduardo Appio argumentou que as medidas de segurança são necessárias porque as ameaças, segundo o juiz, decorrem do poder econômico e político de Moro e Dallagnol. O magistrado citou, também, intimidações em razão de sessão que envolve “integrante de facção criminosa”.

Após a audiência em que Tacla Duran acusou o caso de extorsão, Appio encaminhou o advogado programa federal de testemunhas. Atualmente, Tacla Duran reside na Espanha. Vale destacar que a acusação feita por Tacla Duran não é inédita, e já tinha sido feita em 2017, quando ele começou a ser investigado pela Operação Lava Jato. 

A acusação dessa semana, por sua vez, foi feita em juízo. Pelo fato da acusação envolver Sergio Moro e Deltan Dallagnol, hoje parlamentares, Appio encaminhou os autos para o Supremo Tribunal Federal (STF), em razão do foro privilegiado.

Ontem, a defesa de Moro defendeu que o caso não seja julgado pelo STF, por discordar do foro privilegiado, ao mesmo tempo que pediu que o caso não seja julgado por Eduardo Appio. O Ministério Público Federal (MPF) do Paraná pediu que Appio declare suspeição.


Procurada, a assessoria de imprensa do TRF-4 disse a CartaCapital que o processo tramita em sigilo por envolver a segurança do juiz. 

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