Justiça

Janot diz que tinha planos de matar Gilmar Mendes e depois se suicidar

O ex-procurador geral da República contou que chegou a ir armado para o STF, mas a ‘mão de Deus’ o impediu de executar o plano

Rodrigo Janot, ex-procurador-geral da República. (Foto: Lula Marques/ Agência PT)
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O ex-procurador geral da República, Rodrigo Janot, concedeu uma entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo na qual ele assume que tinha planos de matar o ministro Gilmar Mendes e depois se suicidar. Ele conta que chegou a ir armado para o STF, mas a “mão de Deus” o impediu de cometer o ato.

“Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele (Gilmar) e depois me suicidar”, afirmou Janot em entrevista publicada nesta quinta-feira 26.

O caso aconteceu depois que Janot pediu o impedimento de Gilmar na análise de um habeas corpus de Eike Batista, com o argumento de que a mulher do ministro, Guiomar Mendes, atuava no escritório de Sérgio Bermudes, que advogava para o empresário.

Em resposta ao ex-PGR, Gilmar afirmou que a filha de Janot – Letícia Ladeira Monteiro de Barros – advogava para a empreiteira OAS em processo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica.

 

“Foi logo depois que eu apresentei a sessão (…) de suspeição dele no caso do Eike. Aí ele inventou uma história que a minha filha advogava na parte penal para uma empresa da Lava Jato. Minha filha nunca advogou na área penal… e aí eu saí do sério”, afirmou Janot.

O ex-procurador geral relatou que no dia que foi armado com a intenção de matar Gilmar Mendes, ele chegou a encontrar o ministro sozinho na antessala do cafezinho da Corte, mas desistiu do plano e preferiu ir para casa, deixando o comando da sessão com o vice-procurador-geral da República.

“Eu sou um sujeito que não se incomoda de apanhar. Pode me bater à vontade… Eu tenho uma filha, se você for pai”, justificou.

A história do quase assassinato é narrada no livro lançado por Janot “Nada menos que tudo”, que conta a atuação do ex-PGR no comando da Operação Lava Jato. Janot alega que incluiu a cena na obra, mas “sem dar nome aos bois”.

Gilmar Mendes ainda não se pronunciou sobre o caso.

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