Justiça
Jair Renan fecha acordo para pagar dívida de R$ 409 mil e encerrar processo do Santander
O banco concedeu um desconto de cerca de 24 mil reais ao vereador ‘por mera liberalidade’
O vereador de Balneário Camboriú (SC) Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, fechou um acordo com o Santader para quitar uma dívida de 409 mil reais e encerrar um processo na Justiça do Distrito Federal.
A dívida foi contraída pela empresa de Jair Renan, a RB Eventos e Mídia. O empréstimo de 291 mil reais, contratado em junho de 2023, previa o pagamento de 60 parcelas de quase 9 mil, com juros de 27,66% ao ano. Como as prestações não foram pagas, o caso foi parar na Justiça, em dezembro do mesmo ano.
No acordo, cujo teor foi revelado pelo UOL e confirmado por CartaCapital, o banco concedeu desconto de cerca de 24 mil reais “por mera liberalidade”. O arranjo determinava que o pagamento fosse realizado à vista até 28 de fevereiro. Não há informações no processo que comprovem a quitação do débito. A defesa de Jair Renan ainda não se manifestou.
Investigações da Polícia Civil apontam que o filho do ex-presidente teria utilizado documentos com informações falsas sobre a RB Eventos e Mídia para obter o financiamento. Ele virou réu em março por suposta prática de lavagem de dinheiro, uso de documento falso e falsidade ideológica.
Quando a ação foi apresentada ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, o débito era de 360 mil reais. Sem conseguir localizar Jair Renan, o Santander pediu duas vezes uma busca de ativos financeiros em nome do vereador para garantir que a dívida fosse quitada.
A primeira ocorreu em abril do ano passado e a segunda em agosto, depois que ele registrou sua candidatura em Balneário Camboriú. À época, o filho de Jair Bolsonaro declarou 42 mil reais em bens à Justiça Eleitoral, o que chamou a atenção do banco. O pente-fino feito pela Justiça, porém, encontrou pouco mais de 16 mil nas contas de Jair Renan.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
PT alega fraude à cota de gênero e pede cassação de chapa do PL que elegeu Jair Renan em SC
Por Wendal Carmo
Bolsonaro tem até esta quinta para apresentar defesa no processo sobre tentativa de golpe
Por CartaCapital