Justiça
Homem que quebrou relógio histórico no 8 de Janeiro deixa prisão
Antônio Cláudio Alves Ferreira cumprirá a pena pelos crimes cometidos durante os atos golpistas em regime semiaberto; não há tornozeleira eletrônica disponível em Minas Gerais para monitorar o bolsonarista


O homem que quebrou o relógio histórico no Palácio do Planalto durante os atos golpistas do dia 8 de Janeiro de 2023 deixou a prisão em Minas Gerais e cumprirá a pena de 17 anos em regime semiaberto. A informação foi confirmada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais em nota.
Segundo o comunicado enviado a diferentes veículos de imprensa, Antônio Cláudio Alves Ferreira não será monitorado por tornozeleira eletrônica neste primeiro momento, uma vez que há falta de equipamentos do tipo no estado. Ele ficará, segundo o TJ, em uma fila de espera para o equipamento.
Apesar disso, a ordem que permitiu a progressão de regime ao semiaberto prevê que ele permaneça em sua própria residência, em período integral. Caso ele receba uma proposta de trabalho, a Justiça poderá autorizar, no futuro, que ele também atue profissionalmente. Por ora, o bolsonarista não poderá se ausentar de Uberlândia, onde tem residência, em nenhuma hipótese.
Relembre o caso
Antônio Cláudio Alves Ferreira foi flagrado, no 8 de Janeiro, quebrando um relógio do século XVII, em exposição no Palácio do Planalto. A obra, trazida por Dom João VI para o Brasil em 1808, é feita de casco de tartaruga e de um tipo de bronze que não é fabricado há dezenas de anos.
Ele foi julgado no Supremo Tribunal Federal em junho de 2024 a 17 anos de prisão por cinco crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
A peça quebrada pelo bolsonarista foi restaurada na Suíça e, em janeiro deste ano, voltou a ser exibida no gabinete presidencial no Palácio do Planalto.
Relógio danificado por bolsonarista foi recuperado – Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
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