‘Estou animada’: Angela Davis firma apoio à Kamala e Biden nos EUA

Referência no debate abolicionista penal, a filósofa estadunidense defendeu a candidatura de Kamala Harris

Histórica ativista e filósofa Angela Davis em visita a São Paulo. (Foto: Giovanna Galvani / CartaCapital)

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“Estou animada”, afirmou a histórica ativista e filósofa Angela Davis em relação à recém anunciada candidata à vice-presidência pelo Partido Democrata, Kamala Harris. Segurando a capa do The New York Times, em vídeo para a Al Jazeera, Davis manifestou seu apoio à chapa democrata.

De ascendência indiana e jamaicana, Kamala foi escolhida para compor chapa junto a Joe Biden nas eleições nas quais desafiarão o ocupante da Casa Branca, Donald Trump. A escolha da candidata à vice foi comemorada pelo aceno ao público negro e latino, porém houve quem apontou o passado de Kamala enquanto prosecutor, figura semelhante à promotora de justiça.

Entre as críticas, aponta-se que Kamala aumentou os índices de condenação em São Francisco, cidade da Califórnia de atuação durante a carreira, como também não se opôs à pena de morte. Tais pautas são sensíveis ao debate sobre abolicionismo penal, no qual Angela Davis é um dos expoentes.

Para a filósofa, contudo, trata-se de não negar os aspectos problemáticos da trajetória da candidata, mas sim habitar as contradições enquanto uma abordagem feminista. Após dizer sobre seu ânimo, a filósofa explicou: “Isso não é dizer que Kamala não tem pontos problemáticos no seu histórico. E nós não podemos esquecer alguns problemas que estão associados a ela enquanto promotora. Mas eu penso que é uma abordagem feminista estar apta a trabalhar com essas contradições, apta a habitar nelas. Então, nesse contexto, posso dizer que estou animada”.

Davis ainda completa dizendo que o objetivo principal é “livrar-se” de Donald Trump, ainda que isso signifique apoiar Joe Biden, candidato democrata milionário com o discurso considerado moderado: “Posso dizer que mesmo antes eu sabia que teríamos que fazer campanha para (Joe) Biden e ele não é o melhor candidato. Ele é problemático em muitos níveis, mas nós temos que nos livrar da pessoa que está no cargo nesse momento, cujo nome eu não pronunciarei”.



Com informações da Al Jazeera.

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