Justiça
Em última sessão do ano no STF, Barroso faz balanço e Gilmar cita ‘perplexidade’ com trama golpista
Corte teve redução no volume de processos e experimentou aumento de 10% na produtividade


Na última sessão do ano no Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, destacou a diminuição do volume de processos no tribunal. Segundo o magistrado, 2024 registrou o menor volume de processos do tribunal dos últimos 30 anos.
“A notícia boa é que nós estamos com 20,3 mil processos em tramitação, uma redução de 15% em relação ao ano anterior, e o menor acervo do Supremo Tribunal Federal nos últimos 30 anos. Desde 1994 nós não temos um acervo tão limitado”, destacou Barroso.
Para Barroso, a diminuição no montante de processos sob a alçada do Supremo se deve ao aumento da produtividade dos ministros. “Nós baixamos, em 2024, 83 mil processos”, apontou. Ao tratar do tema, ele fez uma brincadeira com o ministro Dias Toffoli, dizendo que os dados servem para o colega “poder dizer que nós somos o tribunal mais produtivo, que mais julga, em todo o mundo”.
Ameaças e pressões
Mas o ano de 2024 não foi apenas marcado por julgamentos ordinários, sessões no plenário e andamentos dos processos. O STF se viu, como tem acontecido nos últimos anos, no centro do debate político do País.
Neste mesmo ano, o Congresso Nacional deu marcha no processo que tenta limitar as decisões dos ministros. A Corte também tomou conhecimento da trama golpista revelada pela Polícia Federal (PF), que incluía o assassinato de um dos membros do tribunal, o ministro Alexandre de Moraes.
Na sessão desta quinta, o plano golpista não passou despercebido. Em seu discurso, o ministro Gilmar Mendes, decano do STF, prestou solidariedade a Moraes. “Entendo oportuno dirigir-me ao ministro Alexandre de Moraes, como modo de saudá-lo em manifestação plena de solidariedade e apoio, a si e a sua família”, disse Gilmar.
“De fato, perante notícias públicas de que verdadeira organização criminosa estaria planejando típico golpe de Estado, é preciso reconhecer que chegamos a graus de paroxismo desconhecidos na história brasileira, cenário que gera perplexidade e indignação a todos nós, democratas brasileiros”, salientou o ministro ao lembrar o ano do Supremo.
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