Justiça

Dino interrompe julgamento de ação contra lei que impõe Bíblia em bibliotecas

Em casos semelhantes, o STF já endossou a vedação ao uso de recursos públicos para promover livros religiosos específicos

Dino interrompe julgamento de ação contra lei que impõe Bíblia em bibliotecas
Dino interrompe julgamento de ação contra lei que impõe Bíblia em bibliotecas
O ministro do STF Flávio Dino. Foto: Rosinei Coutinho/STF
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O ministro Flávio Dino pediu vista e suspendeu o julgamento em que o Supremo Tribunal Federal analisa a constitucionalidade de uma lei do Rio Grande do Norte que determina a inclusão da Bíblia nos acervos das bibliotecas públicas.

O relator, Kassio Nunes Marques, votou por considerar a lei inconstitucional e foi acompanhado pelo ministro Alexandre de Moraes. A votação ocorre no plenário vitual da Corte.

Em casos semelhantes, o STF já endossou a vedação ao uso de recursos públicos para promover livros religiosos específicos em Mato Grosso do Sul, Amazonas e Rondônia.

Kassio reforçou a aplicação da conclusão do tribunal segundo a qual houve, nesses episódios, ofensa aos princípios de liberdade religiosa, isonomia e laicidade estatal.

A ação da Procuradoria-Geral da República chegou ao Supremo em 2015 — à época, quem chefiava o órgão era Rodrigo Janot. “O princípio da laicidade lhe impede de fazer, por atos administrativos, legislativos ou judiciais, juízos sobre o grau de correção e verdade de uma crença, ou de conceder tratamentos privilegiados de uma religiosidade em detrimento de outras”, diz a peça da PGR.

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