Justiça

Dino dá 10 dias para Motta explicar votação de urgência do projeto que protege crianças no ambiente digital

A votação simbólica feita pelo presidente da Câmara foi questionada no STF pelo deputado bolsonarista Marcos Polon (PL-MS)

Dino dá 10 dias para Motta explicar votação de urgência do projeto que protege crianças no ambiente digital
Dino dá 10 dias para Motta explicar votação de urgência do projeto que protege crianças no ambiente digital
O ministro Flávio Dino em sessão do Supremo Tribunal Federal. Foto: Antonio Augusto/STF
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O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, determinou que o presidente da Câmara Hugo Motta (Republicanos-PB) apresente, em até 10 dias, informações sobre o processo que viabilizou a urgência do projeto de lei sobre a ‘adultização’ de crianças nas redes sociais. A ordem foi assinada nesta terça-feira 26, no bojo de um mandado de segurança impetrado pelo deputado federal Marcos Polon (PL-MS).

Ao acionar a Corte, o parlamentar bolsonarista busca anular a votação do requerimento para acelerar a tramitação da matéria. A análise da urgência do projeto que visa proteger crianças no ambiente digital aconteceu, na semana passada, de forma simbólica, sem o registro de votos dos deputados. A escolha pelo formato gerou protestos da oposição. O partido Novo chegou a pedir o registro dos votos dos deputados, mas Motta afirmou, naquela ocasião, que a solicitação não foi feita em tempo hábil.

O despacho assinado por Dino nesta terça-feira é protocolar e não analisa o mérito do pedido. “Reputo indispensável a prévia apresentação das informações pela autoridade apontada como coatora, a fim de viabilizar exame cauteloso e adequado das alegações”, escreveu o ministro, que também abriu espaço para eventual manifestação da Advocacia-Geral da União.

Um dia após a votação da urgência, o PL foi aprovado no plenário da Câmara também em votação simbólica. De autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), a proposta em questão ganhou força com a repercussão das denúncias do influenciador Felca, que expôs casos de exploração infantil em plataformas de vídeo e redes sociais.

O texto estabelece que produtos e serviços digitais, como redes sociais, aplicativos e jogos eletrônicos, adotem mecanismos para impedir a exposição de crianças a conteúdos inapropriados. Entre os pontos principais estão:

  • ferramentas de controle parental para limitar tempo de uso, bloquear contatos suspeitos e restringir compras;
  • proibição de monetização em jogos voltados a menores de idade;
  • vedação do direcionamento de publicidade por meio de perfilamento de dados ou técnicas de manipulação emocional;
  • remoção imediata de conteúdos que violem direitos de crianças e adolescentes, sem necessidade de ordem judicial prévia.

O projeto também prevê multas que podem chegar a 10% do faturamento da empresa ou até 50 milhões de reais por infração, além de destinar os valores arrecadados ao Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente.

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