Justiça

Diálogos indicam que Moro articulava com desembargadores do TRF-4

Em conversa entre integrantes da Força-Tarefa da Lava Jato, procuradores dizem que tudo era antes conversado entre o ex-juiz e o Tribunal

Sergio Moro (Foto: EVARISTO SA / AFP)
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A defesa do ex-presidente Lula enviou ao Supremo Tribunal Federal um documento com conversas de integrantes da Força-Tarefa da Operação Lava Jato em um grupo do Telegram.

Os novos diálogos indicam que os procuradores acreditam que o então juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara de Curitiba, mantinha contato com desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, onde os casos do ex-presidente Lula seriam julgados na 2ª instância.

A Turma era composta por João Pedro Gebran Neto, relator dos casos, Leandro Paulsen e Victor Luiz dos Santos Laus.

De acordo com os documentos, Moro era tratado pelos procuradores como ‘Russo’ e o TRF-4 era chamado de ‘a Rússia do Russo’ e de ‘Kremelin’.

No dia 17 de abril de 2017, os integrantes da Força-Tarefa afirmavam não acreditar em reversão de uma decisão de Moro pelo Tribunal de apelação.

“Ao tomar conhecimento de que o ex-juiz Sergio Moro havia exigido a presença do Reclamante na oitiva das 87 testemunhas de defesa4 indicadas em 17.04.2017, no caso do suposto imóvel para o Instituto Lula — o que foi encarado como ‘troco’ de MORO —, o citado procurador da República ORLANDO MARTELLO JÚNIOR alertou os colegas sobre a ilegalidade da conduta da ‘Rússia’, ainda que outros membro da “lava jato”, como a procurador da República LAURA TESSLER, indicassem que a providência era ‘divertida'”, protocolou a defesa de Lula.

As mensagens, obtidas na Operação Spoofing, deram origem à série de reportagens conhecida como Vaza Jato, publicada pelo site The Intercept Brasil e por parceiros. Os veículos, no entanto, não divulgaram a totalidade do material.

Os diálogos encaminhados ao ministro Ricardo Lewandowski indicam que o procurador Deltan Dallagnol atuou para influenciar na escolha do substituto de Moro.

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