A Justiça Eleitoral do Espírito Santo decidiu tornar réu o deputado federal Gilvan da Federal (PL) por violência política de gênero em razão de ataques feitos contra a deputada estadual Camila Valadão, do PSOL. Os crimes teriam acontecido quando os dois eram vereadores na Câmara de Vitória.
A denúncia apresentada pelo Ministério Público foi acolhida pela juíza eleitoral Heloísa Cariello, em 28 de fevereiro.
Os ataques foram desferidos em dezembro de 2021. Na ocasião, Gilvan estava revoltado com a presença de professores em plenário e começou a dirigir ofensas à vereadora, que tentou defender os profissionais.
Gilvan, durante a discussão, chamou a parlamentar de “satanista” e “assassina de bebês e crianças”.
Para o MP, as declarações ultrapassaram as diferenças políticas e entraram no campo da agressão.
“Utilizou de menosprezo à condição de mulher, com a finalidade de impedir ou de dificultar o desempenho de seu mandato eletivo; outrossim, ele a injuriou, ofendeu sua dignidade e decoro, ao utilizar elementos diferenciados, pejorativos, referentes à religião”, diz a denúncia.
Com o recebimento da denúncia, agora o deputado poderá apresentar sua defesa e o processo seguirá para a fase de coleta das provas. Na sequência, a Corte decidirá se condena ou não Gilvan pelos crimes apontados pelo Ministério Público.
Procurado pela reportagem, a defesa de Gilvan Federal ainda não se manifestou. O espaço segue aberto.
Nas redes sociais, Camila se disse emocionada com a decisão da Justiça Eleitoral de aceitar a denúncia. “Fui interrompida, desqualificada, insultada, chamada de ‘covarde’, ‘canalha’, ‘maquiavélica’, entre outros”, completou a deputada.
Não é a primeira vez que o parlamentar é alvo da Justiça. Em 2022, a 10ª Vara Criminal de Vitória tornou o deputado réu por transfobia por afirmar que a ativista transsexual Deborah Sabará “não era uma mulher”.
No início de fevereiro deste ano, Gilvan foi condenado a indenizar a secretária das Mulheres do ES, Jaqueline Moraes (PSB), por difamação.
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