Justiça

Delação de Antonio Palocci contra Lula e BTG não tem provas, diz PF

Delegado afirmou que acusações parecem ter sido encontradas na internet, segundo o jornal Folha de S. Paulo

O ex-ministro Antonio Palocci. Foto: Reprodução/TV Brasil
Apoie Siga-nos no

Não há provas das acusações que o ex-ministro Antonio Palocci fez contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), relativas a um suposto caixa milionário de propinas ao petista, administrado pelo banqueiro André Esteves, do BTG. Essa foi a conclusão da Polícia Federal, revelada neste domingo 16 pela colunista Mônica Bergamo, no jornal Folha de S. Paulo.

Segundo o jornal, as acusações de Palocci foram desmentidas pela própria investigação, com base inclusive em depoimentos de testemunhas e de delatores que incriminaram o PT em outros processos. O inquérito foi encerrado na semana passada pelo delegado Marcelo Daher, sem indiciamento dos acusados.

Daher encaminhou a conclusão ao Ministério Público Federal (MPF) e afirmou que as informações ditas por Palocci “parecem todas terem sido encontradas em pesquisas de internet”, sem “acréscimo de elementos de corroboração, a não ser notícias de jornais”.

O delegado declarou ainda, conforme informa Folha de S. Paulo, que as notícias jornalísticas eram suficientes para iniciar o inquérito policial, mas “parece que não foram corroboradas pelas provas produzidas, no sentido de dar continuidade à persecução penal”.

Palocci havia dito que Esteves depositou 10 milhões de reais a Lula, num primeiro momento, para garantir influência no governo federal. Em compensação, receberia informações privilegiadas de decisões do Banco Central sobre taxas de juros, e repartiria lucros com Lula, depositando dinheiro em contas de terceiros.

O ex-ministro tinha afirmado também que o esquema foi premeditado em 2009, com Lula, o então ministro da Fazenda Guido Mantega e o pecuarista José Carlos Bumlai. O plano teria entrado em ação em 2011.

Nas redes sociais, o advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin Martins, disse que “sempre estivemos na direção certa” e acrescentou que “a delação de Palocci era um instrumento da Lava Jato para a prática de lawfare contra Lula, assim como as delações em geral, que sempre foram direcionadas a alvos pré-definidos”.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo