Justiça
“Deixa a gente viver nossa vida. Vão matar?”, escreveu a mulher de Queiroz para advogada
Mensagem foi interceptada pelo Ministério Público
O Ministério Público do Rio de Janeiro apreendeu mensagens enviadas por Márcia Oliveira de Aguiar, mulher de Fabrício Queiroz, no qual a ex-assessora reclama das táticas impostas pelo ex-advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef. A informação é do Estadão.
“Deixa a gente viver nossa vida. Qual o problema? Vão matar?”, escreveu ela.
A mensagem foi enviada em novembro de 2019 à advogada Ana Flávia Rigamonti, que trabalha com Wassef. Márcia diz que que não queria mais viver como “marionete do Anjo”, apelido atribuído a Wassef.
“‘Ah, você tem que ficar aqui, tem que trazer a família’. Esquece, cara. Deixa a gente viver nossa vida. Se fosse pra matar, já tinham pego um filho meu aqui”, disse.
O MP, de acordo com o Estadão, teve acesso ao material em dezembro, quando foram cumpridos mandados de busca em endereços ligados a Queiroz e um celular da ex-assessora foi apreendido. Márcia está foragida desde o dia 18, quando a Justiça do Rio determinou a prisão dela e de Queiroz. Ele foi detido em uma casa de Atibaia(SP), que funcionava como escritório de Wassef.
Os planos de Wassef, segundo os diálogos apreendidos, incluíam alugar uma casa em São Paulo para abrigar toda a família de Queiroz. O advogado nega que tenha participado do esquema para esconder Queiroz e seus familiares.
Márcia revela, nos áudios, achar que o marido estava no “limite” e temia que o estado emocional dele prejudicasse o tratamento do câncer. “Chega a ser insuportável a convivência com ele”, diz. “Estou vendo que ele está no limite dele”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.