Justiça

Defesa de Bolsonaro diz que Cid tem ‘memória seletiva’

O advogado Celso Vilardi questionou o fato de Mauro Cid ter evitado rememorar eventos considerados importantes no depoimento ao Supremo

Defesa de Bolsonaro diz que Cid tem ‘memória seletiva’
Defesa de Bolsonaro diz que Cid tem ‘memória seletiva’
Celso Vilardi e Jair Bolsonaro durante julgamento no STF. Foto: STF/AFP
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O advogado Celso Vilardi, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no processo da suposta trama golpista, fez críticas à postura do tenente-coronel Mauro Cid, que depôs na última segunda-feira 9 ao Supremo Tribunal Federal (STF). Para Vilardi, Cid – que foi ajudante de ordens de Bolsonaro na presidência – tem “memória seletiva”.

Para Vilardi, porém, as falas de Cid podem ser benéficas para a defesa do ex-presidente, já que foram “contraditórias” e, em tese, enfraquecem a delação premiada do ex-ajudante de ordens.

“Vimos hoje [segunda] um colaborador que toda vez que é colocado numa situação de contradição, diz que esqueceu. É fácil depor quando você tem uma memória seletiva e diz ‘eu lembro disso e disso'”, criticou Vilardi. “Aí quando você entra para perguntar para ele as contradições, ele diz: ‘esqueci’”, prosseguiu. “Assim é fácil delatar”.

O advogado disse que decidiu fazer um questionamento sobre um suposto encontro com empresários no Palácio da Alvorada. A defesa apresentou gravação em que o militar descrevia pressões exercidas por empresários sobre Bolsonaro para questionar o posicionamento do Ministério da Defesa, que tinha atestado a integridade do sistema eleitoral.

“Ele [Cid] inventou uma reunião, ele esqueceu dois dias antes da reunião na casa do general Braga [Netto] um documento que ele pediu, ele também esqueceu o contexto da reunião”, apontou o advogado. “Ele esqueceu o documento que mandaram antes, ele esqueceu o documento que mandaram depois; ele disse genericamente que recebeu um documento, mas que ele recebe vários documentos. Não, ele não recebeu vários, ele recebeu um documento”.

O ex-ajudante de ordens confirmou no depoimento que o ex-presidente teve acesso ao documento conhecido como “minuta do golpe” e realizou modificações no texto. Segundo Cid, Bolsonaro teria “enxugado” o conteúdo original, que previa detenções de diversas autoridades, limitando as medidas apenas à prisão do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo.

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