Covid-19: MPF questiona transferência de pacientes de Manaus para o Rio

Segundo procuradores, alguns pacientes apresentaram piora no estado de saúde; órgãos identificaram um óbito, 24 horas após transporte

Foto: Michael DANTAS/AFP

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O Ministério Público Federal apontou ao Ministério da Saúde falta de planejamento na transferência de pacientes com Covid-19 de Manaus para o Rio de Janeiro, segundo ofício enviado à pasta nesta quarta-feira 17. De acordo com o documento, pacientes apresentaram agravamento do quadro de saúde no decorrer da transferência, e um óbito ocorreu 24 horas após a chegada no destino. Houve, ainda, registros de falhas nas condições de transporte.

 

 

O ofício foi assinado em conjunto com o Ministério Público do Rio de Janeiro, a Defensoria Pública da União e a Defensoria Pública do Rio de Janeiro. Os órgãos pedem apuração e adoção de medidas cabíveis.

O MPF identificou como “fatos graves” a falta de comunicação com a antecedência necessária com as unidades federais receptoras dos pacientes; falta de coordenação das transferências junto às autoridades sanitárias locais e falhas na avaliação clínica das condições de transporte.


“Em razão da falta de estruturação oportuna do Hospital Federal do Andaraí, houve necessidade de transferência de quatro pacientes para leitos de terapia intensiva de unidade estadual sem planejamento prévio, o que compromete, por certo, a assistência prestada”, diz o documento.

No caso do óbito, o paciente chegou ao Hospital Federal dos Servidores com “dessaturação importante” e com “bala de oxigênio do transporte quase vazia”. Além disso, teria sido internado em enfermaria “não-Covid”, sendo direcionado a um leito adequado somente quinze minutos depois, no Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião. “Devido à gravidade instalada, o paciente evoluiu a óbito”, diz o relatório.

Os procuradores afirmam ainda que há “ausência de interlocução clara e formal entre os entes de governo federal, estadual e municipal”. Segundo o ofício, não se conseguiu obter um documento que direcionasse a comunicação para a organização da rede de Saúde para “o mínimo possível” em relação à regulação de leitos e ao monitoramento das vigilâncias epidemiológicas.

 

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