Justiça
Competência para julgar ações penais volta a ser das turmas do STF
Alteração no regimento do tribunal foi decidida nesta quinta-feira; mudança não afeta julgamento sobre o 8 de Janeiro


O Supremo Tribunal Federal aprovou, por unanimidade, nesta quinta 7, uma mudança no regimento interno da Corte para que as ações penais originárias voltem a ser julgadas pelas turmas.
Com a mudança, as ações originárias serão analisadas por cinco ministros, que compõe uma das duas turmas da Corte.
São originárias do STF as ações penais que iniciaram a partir da denúncia da Procuradoria-Geral da República. Além dos crimes contra o Estado Democrático de Direito, estão no rol de ações penais iniciadas na Suprema Corte aquelas ações que têm como alvo pessoas cujos cargos são protegidos pelo foro por prerrogativa.
O objetivo da alteração é desafogar o Plenário da Corte, retomando o modelo que era adotado pelo tribunal até 2020.
Segundo a decisão, a alteração somente valerá para as novas ações. As que foram instauradas até a data da publicação da emenda regimental seguirão sob responsabilidade do Plenário.
A medida, portanto, não retirará do Plenário os casos envolvendo os crimes perpetrados por bolsonaristas durante o 8 de Janeiro, visto que as ações já foram instauradas.
Conforme o voto do relator, ministro Luís Roberto Barroso, após três anos da competência para julgar ações penais ter passado a ser do colegiado maior, a experiência se mostrou contraproducente e os julgamentos acabou tomando muito tempo.
A medida ainda poderá possibilitar que os casos julgados nas turmas possa ser revisto pelo Plenário em caso de recurso, garantindo uma espécie de “duplo grau de jurisdição”.
O julgamento no STF vai de encontro com o pedido feito pela Ordem dos Advogados do Brasil para que as ações penais sejam julgadas de forma presencial, visando garantir o direito de defesa praticado pelos advogados.
Além da mudança relacionada a competência do julgamento de ações penais originárias, o Supremo também decidiu extinguir a figura do revisor, cuja atribuição era sugerir complementações ou ratificar o voto do relator.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Dino é o 1º senador indicado para ministro do STF desde 1994
Por CartaCapital
Nunes Marques pede vista e julgamento da Lei das Estatais é suspenso
Por CartaCapital
Moraes suspende concursos para a PM do Ceará por limitarem vagas de mulheres
Por CartaCapital
Meta diz a Moraes não ter mais o vídeo com fake news publicado por Bolsonaro após o 8 de Janeiro
Por CartaCapital