Justiça

Caso Ágatha: PMs decidem colaborar na reconstituição do crime

A PM diz que houve confronto entre policiais e traficantes. Os familiares de Ágatha e o motorista da Kombi afirmam que não houve tiroteio

A garota Ágatha Felix, de 8 anos, que foi morta por um tiro de fuzil de no Complexo do Alemão. (Foto: Reprodução/Facebook)
Apoie Siga-nos no

Três policiais militares, sendo dois deles envolvidos diretamente na cena da morte da menina Ágatha Félix, decidiram colaborar na reprodução simulada do crime, realizada na noite desta terça-feira (1º), no Complexo do Alemão. Inicialmente, foi divulgado pelo diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), delegado Antônio Ricardo, que nenhum dos 11 PMs envolvidos, direta ou indiretamente, no caso participaria da reconstituição por orientação de suas defesas.

Porém, três mudaram de ideia e resolveram colaborar. Dois que estiveram diretamente envolvidos na dinâmica da ação foram efetivamente ouvidos durante a reprodução dos fatos, na localidade conhecida como Fazendinha. Eles sustentaram que dois ocupantes de uma moto passaram atirando contra a equipe de policiais, na noite de 20 de setembro, quando houve a troca de tiros que vitimou Ágatha dentro de uma Kombi.

“Dois policiais militares compareceram e prestaram as suas informações. Eles vieram por livre e espontânea vontade. Foram seis civis, testemunhas, e dois PMs, totalizando oito pessoas. Esses dois policiais participaram da ocorrência. Eles estão diretamente relacionados a ela. O laudo pericial, nós pretendemos divulgar em 30 dias, quando vamos chegar à conclusão de acordo com o que foi apurado nesta reprodução simulada”, disse Antônio Ricardo.

A reprodução começou por volta das 18h30 e durou pouco mais de três horas, quando parte de uma das ruas da comunidade ficou bloqueada ao trânsito de veículos e de pedestres, terminando por volta das 22h. A imprensa que cobria a reconstituição foi aconselhada a sair do Complexo do Alemão em grupo, por questão de segurança, um pouco antes do fim dos trabalhos, descendo o morro a pé.

Histórico

A menina Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos, morreu depois de ter sido baleada quando viajava com a mãe, Vanessa Sales, em uma Kombi, na comunidade Fazendinha, no Complexo do Alemão, na noite do dia 20 de setembro.

Ágatha foi levada para uma Unidade de Pronto Atendimento no Alemão, de onde foi transferida para o Hospital Getúlio Vargas, onde chegou a ser operada durante cinco horas, mas não resistiu.

A Polícia Militar diz que houve confronto entre policiais e traficantes. Entretanto, os familiares de Ágatha e o motorista da Kombi afirmam que não houve tiroteio.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar