Justiça
Brasil seria pior sem o inquérito das fake news, diz Gilmar Mendes
O decano destacou a atuação do ministro Alexandre de Moraes em um ‘momento extremamente desafiador’


Decano do Supremo Tribunal Federal, o ministro Gilmar Mendes afirmou que o Brasil seria “pior” não fosse a instauração do inquérito das fake news, sob a relatoria de Alexandre de Moraes. A declaração foi dada nesta segunda-feira 18, durante solenidade na Assembleia Legislativa do Mato Grosso.
O magistrado ainda lembrou do papel do colega à frente da Justiça Eleitoral nas eleições presidenciais de 2022 e disse considerar que Moraes “cumpriu um papel importantíssimo na história do Brasil”. O evento marcou as comemorações em alusão aos 35 anos da promulgação da Constituição estadual.
Na cerimônia, Moraes e Flávio Dino receberam os títulos de cidadãos honorários mato-grossenses. “Certamente o Brasil seria outro ou pior não fosse a ação de Alexandre de Moraes à frente do inquérito das fake news”, acrescentou Gilmar, lembrando que a descredibilização das urnas eletrônicas promovida há dois anos deixou de existir no pleito de 2024.
Ainda sobre o colega de STF, o decano destacou que Moraes tomou posse no tribunal, em 2017, “em um momento extremamente desafiador”. Disse que à época, ele e Moraes, juntamente com o ministro Dias Toffoli, “conversaram muito” sobre como seria o Brasil a partir de 2018.
“Aventamos a possibilidade de que, naquela quadra, seria necessária uma investigação, aquilo que depois a imprensa passou a chamar de ‘inquérito das fake news’. Toffoli assumiu o ônus de instaurar esse inquérito e designou Moraes para ser o relator. É muito fácil ser engenheiro de obra pronta, mas certamente o Brasil seria outro e pior não fora essa instauração“, emendou.
De acordo com Gilmar, à época também estava em discussão o chamado “gabinete do ódio” e o cenário de “perseguição que depois se materializou contra o próprio STF”. O magistrado ainda afirmou que o Brasil tem “vivido tempos estranhos” e “desafiadores”, além de rememorar os ataques ao sistema eleitoral em 2022.
“Tudo mundo hoje sabe que o intuito era perturbar o processo eleitoral e justificar alguma forma de surto ou de golpe. E isso foi evitado graças a essa ação desafiadora do ministro Alexandre. Vocês viram o tumulto durante as eleições, a Polícia Rodoviária Federal impedindo pessoas de chegar à urna […] Isso foi extremamente desafiador”, observou.
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