Justiça

Barroso suspende ordem de afastar Chico Rodrigues

Senador flagrado com dinheiro na cueca pediu licença de 121 dias do cargo

Barroso suspende ordem de afastar Chico Rodrigues
Barroso suspende ordem de afastar Chico Rodrigues
O ministro Luís Roberto Barroso. (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)
Apoie Siga-nos no

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso suspendeu a decisão em que havia afastado o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) por 90 dias, após o próprio parlamentar pedir licença do cargo nesta terça-feira 20.

Barroso manteve, porém, a proibição do senador de falar com outros investigados do caso. Com a decisão, não haverá mais o julgamento marcado para esta quarta-feira, 21, sobre a liminar de Barroso. Dessa forma, não haverá votação pelo plenário do Supremo, como estava previsto.

Hoje, o presidente do Conselho de Ética do Senado, Jayme Campos (DEM-MT), defendeu a reativação do colegiado para apurar irregularidades. Pressionado para abrir uma investigação contra o senador, o parlamentar afirmou, porém, que a decisão de autorizar as reuniões da comissão cabe à Mesa Diretora da Casa.

Flagrado com dinheiro na cueca e acusado de desviar recursos da Covid-19, Chico Rodrigues pediu uma licença do mandato por 90 dias. Nos bastidores, o pedido é visto como uma articulação para blindar o parlamentar. Em entrevista no Senado, Jayme Campos afirmou que a licença não interfere na avaliação do caso pelo colegiado.

A representação contra Rodrigues, protocolada pelos partidos Rede e Sustentabilidade, foi encaminhada para uma análise preliminar da Advocacia do Senado. Após esse parecer, o presidente do conselho pode decidir abrir ou não a investigação que pode resultar na cassação do parlamentar.

A estratégia da cúpula do Senado é derrubar o afastamento determinado pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), e empurrar o caso para o Conselho de Ética – paralisado durante a pandemia de covid-19.

“Não vão vamos ser omissos. Todas as providências foram dadas”, declarou o presidente do colegiado, afirmando que recebeu a representação contra o colega na sexta-feira, 16, e encaminhou o documento à Advocacia na segunda-feira, 19.

A decisão de reativar o colegiado cabe ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que está em silêncio sobre o caso desde que o escândalo estourou na semana passada. De acordo com Jayme Campos, o pedido de reativação cabe aos líderes partidários.

“Eu não disse que não pode (o conselho funcionar). Eu acho que pode e deveria. Todavia, não cabe a mim. Aqui, são 81 senadores” declarou Campos.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo