Justiça
Barroso prorroga inquérito que investiga conduta de Bolsonaro na pandemia
Os filhos do presidente e deputados aliados também estão na mira


O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, prorrogou por mais 60 dias o inquérito que investiga a conduta do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de aliados durante a pandemia de Covid-19. A informação é do G1. Os fatos investigados pela Corte fazem parte da apuração da CPI no Senado, encerrada em 2021.
A decisão de estender o prazo para a conclusão do inquérito partiu de um pedido da Polícia Federal, com aval da Procuradoria-Geral da República.
Além de Bolsonaro, são alvos o senador Flávio Bolsonaro (PL) e os deputados Eduardo Bolsonaro (PL), Ricardo Barros (PP), Carla Zambelli (PL), Osmar Terra (MDB), Bia Kicis (PL), Carlos Jordy (PL), além de Onyx Lorenzoni (PL).
O relatório da CPI concluiu a existência de elementos que “evidenciaram a omissão” da gestão federal no combate a disseminação da Covid e pontuou a “participação efetiva do presidente da República, de seus filhos, de parlamentares, do primeiro escalão do governo e de empresários na criação e disseminação das informações falsas” sobre a doença”.
“Essas condutas colocaram a saúde das pessoas em risco, uma vez que contribuíram para o rápido incremento da contaminação pelo coronavírus, pelo surgimento de nova cepa do vírus e pelo aumento do índice de ocupação dos leitos hospitalares e, consequentemente, para a morte de milhares de brasileiros”, diz o relatório.
Dos 10 pedidos de abertura de investigação que envolvem Bolsonaro, oito foram arquivados a pedido da PGR.
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