Estudo realizado nos Estados Unidos pela Universidade de Augusta e publicado na primeira semana do ano na revista científica Cannabis and Cannabinoid Researchs apresentou evidências de que o uso do canabidiol, também conhecido como CBD, traz importantes efeitos benéficos na redução do glioblastoma, o mais agressivo tipo de câncer cerebral conhecido. Em testes de laboratório realizados com células retiradas de tecidos humanos e implantadas em camundongos, o componente da maconha, segundo o estudo, “proporcionou significativa redução do tamanho do tumor e do microambiente tumoral estabelecido pelas células cancerosas, incluindo vasos sanguíneos e outros fatores de crescimento e disseminação”.
A novidade é um alento para pacientes, hoje submetidos a uma difícil cirurgia seguida por sessões de quimioterapia, e veio se somar à extensa lista de doenças que têm seus efeitos diretos ou secundários tratados com o canabidiol e outros derivados da planta. Atualmente, a substância é aplicada no tratamento de males como ansiedade e depressão, mal de Parkinson, Alzheimer, epilepsia, transtorno pós-traumático, diabetes, endometriose, enfermidades metabólicas em geral e até obesidade. Mas, enquanto o mundo avança no conhecimento e nas aplicações do uso medicinal da maconha, o Brasil divide-se entre um dinâmico setor científico e acadêmico que de forma constante apresenta novos estudos e pesquisas – e obtém financiamento – e um errático setor político e governamental que empurra o tema com a barriga, bloqueado por impasses e interesses comerciais e reacionários.
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